Jornal Estado de Minas

FÉRIAS

Diversão, ciência e memória para finalizar as "Férias no Museu"



Mineração, metalurgia e geociência integradas à memória de Minas Gerais e muito mais. Desde o dia 19, o  Museu MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal oferece programação de férias gratuita para crianças e jovens, com direito à participação de familiares adultos. E ainda é tempo para aproveitar , já que o programaFérias é no museu vai até sexta-feira (29/7), com dinâmicas, contação de histórias, oficinas e jogos educativos. Mas fique atento:  as vagas são limitadas e sujeitas à lotação do espaço, lembrando que o uso de máscaras é obrigatório no local.




 
De acordo com a coordenadora do setor educativo do museu, Suely Monteiro, todas as atividades são idealizadas com foco nas temáticas do equipamento. “O museu tem o compromisso de divulgar e democratizar a ciência e a tecnologia, então, tentamos focar nessa temática. Tratamos  da mineração, metalurgia e geociência. Além disso, como somos um museu, buscamos tratar também sobre patrimônio, memória e história mineira”, explicou.
 
Mineração, metalurgia e geociências são o foco do museu, com forte ligação com a memória de Minas Gerais (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
 
 
Para ela, o acompanhamento de familiares às crianças pode ajudar muito os pequenos no entendimento das atividades. E os pais ainda descobrem habilidades de seus filhos, afirma. E exemplifica: “Tivemos a Oficina de Cristais, em que as crianças fazem cristais de calcantita. Uma mãe estava acompanhando o filho e perguntou ao  monitor onde comprar os materiais para levar para a casa, já que nunca havia visto a criança tão concentrada por mais de meia hora.”

TROCA DE SABERES Suely Monteiro destaca ainda outro aspecto da presença dos adultos. “A integração intergeracional, que é a interação das crianças com os adultos, é muito bacana. Acabamos promovendo algo que hoje em dia está um pouco distante das famílias, a aproximação entre as fases, passando por uma temática interessante com uma linguagem acessível para todos. É uma troca de saberes muito rica”, destacou.




 
Essa aproximação de gerações foi constata por Isabelle Freitas, mãe de Luiza, de 7 anos, e Davi, de 7 meses. No dia 22, ela levou as crianças ao museu de olho nas bricadeiras motivadoras. A família participou da Oficina Argiliza, com experimentos e modelagens em argila.
 
"Fui superdivertido, minha filha adorou", disse. De acordo com ela, embora Davi tenha apenas 7 meses, ele também foi abraçado pela programação. "No primeiro momento tinha uma contação de histórias, com um tapete para nos sentarmos e um chocalho. Atendeu aos dois. Valeu muito a pena", elogiou.
 
De acordo com Isabelle, muito pais estavam participando, apesar de o foco ser as crianças. E o interesse da filha ficou evidente. "Ela adorou, ficou falando 'olha mãe a argila molhada'. Ela até lembrou de um episódio de um desenho em que a Peppa Pig estava fazendo uma xícara e tentou imitá-la. A curiosidade dela foi muito atiçada", contou.




 
A mãe ainda destacou a oportunidade de levar as crianças a uma programação sem telas. " Como tenho um bebê de 7 meses,  ainda fico muito insegura de sair de casa (…), mas essa questão da mão na massa, da brincadeira, acho superimportante. Eles ficaram muito empolgados e alegres", finalizou.
INCLUSÃO As atividades das oficinas estão ficando, ano a ano, mais acessíveis ao público com deficiências. “Pensando nisso, uma das atividades que eu destaco é a Oficina de Libras, pois trabalhamos a questão da inclusão do surdo na sociedade através da linguagem corporal e falada. Libras é uma forma de comunicação muito importante, e, além de ajudar a integrar o surdo, faz com que nós não surdos estejamos integrados a eles também”, defendeu Suely.
 
A oficina foi comandada por Lucas Ramon, o Tikinho,  que é surdo e utiliza os sistema para se comunicar. “Ele participa das oficinas e faz atendimentos. Nos ajuda a ter esse olhar diferenciado para a questão da inclusão, e nos explica a importância de realizar essas atividades com o outro, e não somente para o outro. Ele é um ponto transformador na nossa oficina”, contou a educadora. Lucas está disponível para as outras oficinas também como intérprete, como a que ocorre hoje no museu.





INFLUÊNCIA CULTURAL Além das oficinas, o próprio acervo do museu, com elementos que compõem a cultura do estado, como a mineração e seus produtos, já garante diversão com conhecimento para os visitantes. Um mundo de ciência apresentado de forma lúdica. “ A gente fala de geociência, química, física para crianças de 4 anos às vezes. Então, como planejamos isso tudo é muito importante. É uma oportunidade de abrir caminhos de uma forma lúdica e leve. Quando a criança se assusta, ela já entendeu”, disse.
 
A programação é rica entre hoje e sexta-feira. Além da visita ao museu, a programação desta quarta-feira inclui Contação de histórias, em dois horários: às 15 e às 17 h. Nesta edição, Lucas Ramon participa do programa, contando histórias em Libras para surdos e ouvintes, em atividade que estimula o conhecimento, a reflexão, a aprendizagem, o hábito de escuta e o gosto pela leitura.  E mais, destaca texto da programação: “fortalece vínculos sociais, aproxima pessoas e amplia horizontes. Na lista, historietas que falam da nossa relação com o planeta em que vivemos.
 
As credenciais de Lucas já são, por si só, um convite ao programa. Educador no MM Gerdau, ele é cartunista, autor e ilustrador de livros infantis para a Literatura Surda. Atua como quadrinista e Character Design (criação e desenvolvimento de personagens). Se apresentou no Festival Internacional de Quadrinhos em 2018 e foi premiado em concurso realizado pela comissão organizadora da Surdolimpíada Nacional de 2021 e Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS) para criar o mascote da competição, o Lobo-Guará.




 
Amanhã (28/7), o foco se volta para o passado remoto, com a Oficina de Fósseis. Pegadas, vestígios, marcas, restos: pistas que podem nos ajudar a entender a história do planeta Terra e dos seres vivos e auxiliam na compreensão de diversos processos geológicos, da origem e evolução das espécies. A oficina propõe uma viagem pelo mundo da paleontologia. Visitantes terão a oportunidade de produzir réplicas de fósseis, além de manipular algumas amostras minerais.
 
Na sexta-feira (29/7), é o próprio museu, mais especificamente seu restauro, que ganha atenção. Na oficina Janelas para o tempo, os visitantes vão conhecer a história do Prédio Rosa e do processo de restauro dos desenhos, formas e pinturas que compõem suas paredes. Elas receberam diferentes estilos, que foram sendo encobertos a cada nova pintura conforme cada época.  Para abrigar o museu, o  edifício passou por um importante processo de restauro que revelou suas histórias escondidas ao longo do tempo, num caminho que é mostrado durante a oficina.
 
SERVIÇO

Férias é no Museu

Onde: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, s/nº, Funcionários

» Hoje (27/7)

Contação de histórias
Horário: Às 15h e às 17h
Acessibilidade: Com a participação de Lucas Ramon, que contará histórias em Libras para surdos e ouvintes
Local: Praça de Convivência
Classificação: Livre. Menores de 13 anos deverão estar acompanhados dos responsáveis

» Amanhã (28/7)

Oficina de fósseis
Horário: Às 16h e às 19h
Praça de Convivência
Classificação: Livre

» Sexta-feira (29/7) 

Janelas para o tempo
Horário: Às 14h às às 16h
Classificação: livre
Local: Auditório Bateia