A CAF Transportes, empresa que realiza o transporte coletivo de passageiros em Passos, no Sudoeste de Minas, pode parar de rodar a partir do dia 5 de agosto. Segundo Cleber Alves Ferreira, um dos três diretores da empresa de Belo Horizonte, caso os vereadores não aprovem um Projeto de Lei enviado pelo prefeito Diego Oliveira, reajustando o valor do subsídio transferido mensalmente pela prefeitura, de R$ 160 mil para R$ 225 mil, os ônibus não sairão das garagens.
Ele disse que está sendo forçado a tomar essa decisão porque não terá dinheiro para abastecer os ônibus. Cleber explicou que está tendo que tirar dinheiro de garagens de outras cidades, da ordem de R$ 150 mil, para cobrir Passos. "Ou a gente paga os funcionários dia 5 ou para de rodar. Optaremos por pagar os funcionários", disse.
Segundo Cleber, desde o início do ano vem contabilizando prejuízos por causa do baixo número de usuários e os constantes aumentos, principalmente do litro do óleo diesel, fora a pandemia, que enxugou o número de passageiros.
Para ele, a Prefeitura e Câmara dos Vereadores são morosos quando se fala de reivindicações concretas sobre a crise econômica que o país atravessa. “Estou pedindo o reequilíbrio financeiro justo, porque de uns meses para cá, tudo aumentou, mas o repasse pela administração não. A tarifa ficou três anos sem reajuste.
Os outros dois diretores da empresa estão cobrando com urgência, atitudes de todos os envolvidos nas minhas solicitações. Por eles, há meses a CAF já tinha recolhido na garagem toda a frota de veículos”, assegurou.
Passageiros
Atualmente, de 35 mil a 40 mil pessoas utilizam o transporte coletivo em Passos. A tarifa ficou três anos sem reajuste e no mês passado aumentou R$ 0,60. Pessoas como Luiz Fernando Evangelista Rocha, que trabalha em um supermercado no bairro Muarama, e pega dois ônibus para trabalhar todos os dias da semana. “Trabalho até o fechamento e sem ônibus ficaria impraticável eu trabalhar, porque eu teria que pagar mototáxi ou Uber”, conta.
Projeto de Lei
Segundo o secretário de Planejamento, Edson Martins, o Projeto de Lei já foi enviado à Câmara e após passar pelos trâmites normais e legais, foi analisado pelas comissões e deve entrar na pauta da sessão de segunda-feira (1°/8). “Nosso líder na Câmara, Maurício Antonio Silva, está articulando junto aos demais líderes para ser votado. Quanto a paralisar o serviço, nós não fomos oficializados em nada por parte da CAF”, disse.