Jornal Estado de Minas

POLÍCIA

Defesa de motorista de reboque morto quer prisão preventiva de delegado

Raphael Nobre, advogado contratado pela família do motorista de reboque Anderson Melo, morto após se envolver em uma briga de trânsito com o delegado Rafael Horácio, disse que estuda pedir a prisão preventiva do delegado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Nobre vai solicitar ainda a reconstituição do crime e uma indenização para a esposa e filhas do motorista que era o responsável pelo sustento do lar. 





 

 


O grande receio dos familiares e amigos do motorista é que o crime fique impune. “Após análise das provas junto à Corregedoria, pretendo ir até o promotor de justiça responsável e ver a possibilidade de representação pela prisão preventiva”, disse o advogado de defesa. 
 
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Porém, antes, Nobre pretende entrar com um pedido de reconstituição do crime. “Em um primeiro momento, queremos analisar as imagens, mas a defesa pretende pedir a reconstituição para analisar a alegação de legítima defesa.”

Em depoimento à Polícia Civil, nessa quarta-feira (27/7), Rafael Horácio confessou o crime, porém alegou ter agido em legítima defesa após, segundo ele, Anderson ter acelerado o caminhão em sua direção. 





Nobre diz ainda que não teve acesso ao depoimento de Horácio, que não foi acompanhado pela defesa do motorista de reboque. “Ele foi conduzido para uma delegacia de delegado da mesma classe, quando deveria ter se apresentado na Corregedoria de Polícia, que é o órgão fiscalizador.”

Existe um receio da família que aconteça algum vício nessas investigações. Por isso, o advogado pretende pedir a reconstituição. Ele afirmou ainda que, nesta sexta-feira (29/7), vai à Corregedoria para tentar ter acesso ao depoimento de Rafael Horácio e às provas que já foram produzidas. “Se as imagens não forem esclarecedoras, vamos pedir a reconstituição.” Porém, o delegado que investiga o caso é que decide se acata ou não o pedido.

Indenização para a família  


Outra medida que a defesa pretende tomar é mover uma ação contra o Estado pedindo uma pensão para a esposa e as filhas de Anderson Melo. “Ele era o responsável pelo sustento da família, que agora ficou desamparada. A esposa é dona de casa, uma filha acabou de completar 18 anos e a outra tem 15. Vamos pedir alimentos vitalícios para elas, além de uma indenização.”





O motorista de reboque foi enterrado na tarde de hoje, no Cemitério Municipal de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na noite de ontem (27/7), houve o velório em uma igreja evangélica do bairro Santa Terezinha, na Região da Pampulha. 

Anderson deixa esposa, duas filhas, dois enteados e um neto, de 5 anos.

Ainda na tarde de ontem, dezenas de motoristas de caminhão reboque fizeram manifestação e fecharam duas pistas da Avenida do Contorno, nas proximidades do Viaduto Oeste, local onde aconteceu o crime.