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Estado de Minas FESTA JUNINA EM BH

Dois anos depois, o Arraial está de volta a Belo Horizonte

Suspensos pela pandemia, shows, comida típica e concurso de quadrilha retornam à Praça da Estação hoje. 'Está tudo muito intenso', conta integrante de grupo


29/07/2022 04:00 - atualizado 29/07/2022 07:06

Integrantes da Quadrilha Arriba a Saia ensaiam para a apresentação
Integrantes da Quadrilha Arriba a Saia ensaiam para a apresentação, com ânimo redobrado para volta do evento (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

Com muita alegria e expectativa para ser o maior da história da capital mineira, o 43º Arraial de Belo Horizonte começa hoje (29/7), na Praça da Estação. Após dois anos cancelada em decorrência da pandemia de COVID-19, a festa contará com muita cor, animação, músicas e comidas típicas de uma das melhores épocas festivas do ano.

Além disso, concurso movimenta dançarinos de quadrilha de 18 estados brasileiros. Entre hoje e domingo (31/7), 24 quadrilhas do Grupo de Acesso do Concurso Municipal farão apresentações. A comissão julgadora considerará o conjunto, a coreografia, caraterização, marcador e casal de noivos para avaliar os espetáculos.

Na programação deste fim de semana, haverá também shows dos artistas Sérgio Saraiva, Raquel Lídia, Leandro e Romário, além de Luana Prado. A festa segue até 14 de agosto, aos sábado e aos domingos, e os cantores Rionegro e Solimões, Leo Magalhães e Nathan Santos são outras atrações confirmadas no 43º Arraial de Belo Horizonte.

O presidente, figurinista, coreógrafo e noivo da Quadrinha Junina Forró de Minas, Mauro Henrique Melo, de 38, contou que já dança há 33 anos. “Comecei a dançar numa quadrilha do meu bairro chamada São Domingos. Na época, estava na infantil e, desde então, não parei mais”, disse.

Casal vestido com roupas características de quadrilha junina dança
Grupo vai narrar a história da quadrilha em seu caminho da Europa ao Brasil, adiantou Lucas da Silva, diretor-artístico do grupo (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


Com cerca de 50 integrantes, a Quadrilha Junina Forró de Minas foi fundada em 1999 na Zona Oeste da capital mineira, e é conhecida pela forma tradicional e, ao mesmo tempo, inovadora no jeito de dançar, além da excelência na construção de figurinos. Em 2009, o grupo ganhou o concurso do Arraial Belo Horizonte.

“Foi quando falamos do ano da ‘França no Brasil’. BH foi uma das capitais sede para esse evento que estava ocorrendo no nosso país. O grupo sempre tem boas colocações, ficando nos três primeiros lugares na grande maioria dos concursos de que participamos”, afirmou o presidente.

Neste ano, o tema escolhido pelo grupo foi a tradicional Feira Hippie. “Do começo ao fim, a Feira Hippie estará presente na nossa apresentação. Estamos trazendo nas roupas, tanto dos cavaleiros quanto das damas, a cor azul-celeste, que representa o céu saindo da escuridão da madrugada, quando a feira é montada, para o firmamento ensolarado das manhãs de domingo. Também colocaremos mais de 30 barracas no tablado, com cores dos setores”, adiantou.

Além disso, a música de entrada da apresentação foi composta, não só a letra, mas também a melodia, pelo artesão e expositor da feira há mais de 20 anos Tião Vieira. “Queríamos encontrar uma música que falasse da Feira Hippie, e achamos o Tião no YouTube. Fizemos uma parceria com ele. Ele tem um ateliê, onde trabalha com couro, que fica localizado na frente da Praça da Estação, o que permite que ele assista às apresentações praticamente de camarote. Assim, faremos uma homenagem aos expositores feirantes”, disse o figurinista da Forró de Minas.

Para Melo, a Festa Junina é bem familiar, não só por causa do público que a frequenta, mas também pelos grupos de dança. “É a festa mais familiar que existe no Brasil, porque conseguimos reunir da mais nova à mais velha criança. Além disso, não faz acepção de pessoas de maneira alguma, pois não depende de raça, gênero, credo ou, até mesmo, religião. A festa junina é aquela magia da culinária e da alegria, encontramos amigos e vemos várias pessoas. O comando do marcador entra nos nossos ouvidos e é tão gostoso, fazemos tudo para poder executar cada passo com alegria e excelência”, afirmou.

A apresentação, por sua vez, depende de muito treino e empenho dos participantes. “Está uma correria só. Não só desenvolvi o figurino para nosso grupo, mas também para outros oito de BH e um de Uberlândia, pois tenho um ateliê de costura. Além disso, tem o cenário e alguns adereços ainda precisam ser finalizados. É muito trabalho e detalhes para que tudo fique pronto até o dia da apresentação”, contou o coreografo.

Acolhimento é fundamental para o Arraial

Outro grupo que está na expectativa para o concurso é o Arriba a Saia, da Região de Venda Nova. Segundo o presidente e diretor-artístico, Lucas da Silva, de 35, o grupo está muito feliz com o retorno. “Sentimos muita falta durante os dois anos de pandemia. Por isso, estamos muito ansiosos e animados com a apresentação, porque dependemos do calor humano e da energia das pessoas. Foram anos muito difíceis”, afirmou.

Também por causa do período de isolamento da COVID-19, os preparativos para participar do concurso foram mais trabalhosos. “Está tudo muito intenso, pois temos que ensaiar quase todos os dias. Diferentemente dos outros anos, quando tínhamos seis meses para nos planejar, começamos somente após abril devido à pandemia. Por isso, neste ano, tivemos apenas em torno de quatro meses para se preparar”, explicou. 

O presidente do grupo, que tem 60 integrantes, contou que o apoio das diretoras Neide e Claudinéia, da Escola Municipal Vicente Guimarães, no Bairro Letícia, foi fundamental nos preparativos para participar do concurso.

“Precisamos de mais incentivo. Conseguimos fazer os ensaios numa escola que nos abraçou, mas no início não tínhamos muito apoio. As diretoras da Escola Vicente Guimarães são maravilhosas. Penso que é preciso ter uma maior sensibilidade maior do público e da população para apoiar os grupos de festa junina”, disse.

Neste ano, o Arriba a Saia escolheu abordar a história das festas juninas. “Vamos pegar a trajetória a partir da França, na Europa, depois vamos fazer a comitiva de Portugal chegando ao Brasil. Então vamos contar essa história de como surgiu e se misturou à cultura do nosso país. Afinal, a festa junina é comemorada de jeitos diferentes. Enquanto o Nordeste, por exemplo, comemora a fartura, em Minas é a comemoração da fertilidade”, afirmou.

Ele conta que a escola começou a se inscrever em 2009 e, em 2011, ganhou o concurso do Grupo de Acesso. “Funciona como o Campeonato Brasileiro (de futebol), quando você se inscreve pela primeira vez, entra para o Grupo de Acesso. Ficando entre os quatro primeiros lugares, você sobe para o Grupo Especial. Subimos para essa categoria, todo ano novas equipes são integradas”.

Grande expectativa para este ano


Gleison Paulo Da Silva, presidente do Grupo Paixão Junina Mineira e quadrilheiro há 32 anos, criado no bairro Salgado Filho, na Região Oeste de Belo Horizonte, afirma que a expectativa para o Arraiá deste ano é muito grande. “A expectativa é grande, principalmente pelo fato de já termos título no grupo de acesso em anos anteriores. Queremos fazer história agora no grupo especial”, disse. 

O Grupo Paixão Junina Mineira conta com 60 integrantes, existe há 10 anos e participa de concursos juninos desde sua criação. Já venceu concursos no grupo de acesso nos anos de 2013 e 2015. Para este ano, o grupo vai se inspirar e retratar a história do vaqueiro Raimundo Jacó.

“Estamos apostando nesse tema porque ele é bem comovente. O vaqueiro Raimundo Jacó foi considerado o maior vaqueiro do Brasil, e é primo de Luiz Gonzaga. Esse tema vai ser levado com muita fé, e vai ajudar a gente a subir este ano”, afirmou o presidente com esperança.

Para trazer a história de Raimundo, Gleison explica que será usado um artigo de fé. “ Além de trazer a história dele, vamos tratar da sua morte. Quando ele morre, quem o recebe é Nossa Senhora Aparecida, que é madrinha dos vaqueiros do Brasil. Ela será retratada como personagem, não somente como imagem. Haverá um integrante representando a padroeira”, esclareceu.

Sobre a organização do evento, o presidente entende que o Arraial de Belô tem sempre algo a melhorar, mas admite que ao longo dos anos vem percebendo mais organização, o que pode ter resultado até mesmo no recebimento do concurso nacional em 2022.

“Cada ano vem sendo melhor do que o outro. Eu acredito que como o nacional chegou para ser feito em BH, a expectativa aumenta muito, e os organizadores sabendo disso produziram um grande evento, para ser um dos maiores São João do Brasil.“

Trânsito muda durante o evento


Bernardo Estillac

O Arraial de Belo Horizonte provocará alterações no entorno da Praça da Estação, Centro da capital, neste e nos próximos dois fins de semana. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a expectativa é de que os festejos recebam de 15 a 20 mil pessoas por dia. Entre as 17h de hoje e 1h30 de amanhã uma faixa da Avenida dos Andradas será fechada, entre as ruas dos Carijós e Guaicurus no sentido Hospitais/Rodoviária.

Durante os sábados de evento, das 14h às 3h e, aos domingos, das 13h às 3h serão fechados os seguintes trechos:  Rua Aarão Reis, entre as ruas dos Caetés e dos Tupinambás; Avenida dos Andradas após a esquina da Rua dos Carijós até a Rua dos Tupinambás, sentido hospitais/Rodoviária; e conforme a demanda de participantes, da Avenida dos Andradas após a esquina da Rua dos Guaicurus, sentido Rodoviária/hospitais.

A PBH instalará faixas nos arredores da Praça Central para informar os condutores a respeito dos desvios. Além disso, agentes da BHTrans, Polícia Militar e Guarda Municipal trabalharão na orientação do trânsito durante os dias de festa.

Para quem segue no sentido Hospitais/Rodoviária pela Avenida dos Andradas, o desvio passa pela Rua dos Carijós (à esquerda), Rua Espírito Santo (à direita), Avenida do Contorno (à esquerda) e Viaduto Leste. No sentido Rodoviária/Hospitais, o desvio segue pela Avenida do Contorno, Rua Rio de Janeiro (à direita), Rua dos Guaicurus (à direita), Rua São Paulo (à esquerda), Rua dos caetés (à esquerda), Rua da Bahia (à direita), Rua dos Tupinambás (à esquerda) e Avenida dos Andradas.

É importante ficar de olho na sinalização, já que será ainda proibido estacionar em vários trechos nos dias do evento. Além disso, mais de 40 linhas de ônibus da capital terão o itinerário alterado. No interior dos coletivos e nos pontos desativados haverá cartazes com informações sobre as mudanças.

As viagens de metrô também mudam. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) divulgou um novo quadro de horários para atender ao primeiro fim de semana do Arraial de Belo Horizonte. Hoje e amanhã, o metrô opera entre as 5h15 e 1h30. No domingo, os trens funcionam das 5h15 até 00h30.


QUADRILHAS E SHOWS
Confira a programação da festa na Praça da Estação neste fim de semana

Hoje (29/7), 
com abertura às 18h

Quadrilhas
» 20h: Jilô com Mel
» 20h35: Pindura Saia
» 21h10: Arraial do Tadeu
» 21h45: Sem Nome
» 22h20: Brejo Grande

Shows
» 19h: Sérgio Saraiva
» 23h: Raquel Lídia

Amanhã (30/7), 
com abertura às 14h

Quadrilhas
» 17h30: Sangê de Minas
» 18h05: Me Larga Cumade
» 18h40: Fulô de Larangeira
» 19h15: Fogo na Perna
» 19h50: Paixão Junina
» 20h25: Flor De Chita
» 21h: São João de Minas
» 21h35: Nega Biruta
» 22h10: Sol Nascente
» 22h45: Arrasta Pé Mineiro

Show
» 23h30: Leandro & Romário

Domingo (31/7), 
com abertura às 14h

Quadrilhas
» 16h30: Pé Roxo
» 17h05: Pé na Brasa
» 17h40: Bela Flor
» 18h15: Vaca Loka
» 18h50: Explosão Junina
» 19h25: Renascer Junino
» 20h: Luar do Sertão
» 20h35: Casa do Chapéu
» 21h10: Pé Rachado

Show
» 22h: Lauana Prado


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