Jornal Estado de Minas

SABIA NÃO, UAI

Conheça a espécie mais rara de ipê em BH


Durante o inverno, entre junho e setembro, a paisagem urbana de Belo Horizonte ganha mais cores com o florescer dos ipês. Nem mesmo a correria da vida urbana impede moradores e visitantes de desviar o olhar, nem que seja por alguns segundos, para apreciar as sedutoras copas dos ipês emplumadas com folhas amarelas, rosas, roxas, brancas e verdes.





Descubra nesta segunda temporada do "Sabia Não, Uai!" quais as espécies de ipês presentes em Belo Horizonte, quando elas florescem e qual o tipo de ipê mais raro da capital mineira.

Com mais de 2,9 mil árvores em BH, o ipê branco é o quinto mais comum (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


BH tem quase 29 mil ipês, segundo dados mais recentes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. São árvores de 9 espécies diferentes, com origens de várias partes do mundo, cada uma com sua cor única. Um casamento perfeito dos ipês e da cidade, construída sob o belo horizonte da Serra do Curral com referências arquitetônicas e culturais de diferentes regiões.

A Flor Nacional Brasileira

O ipê amarelo é considerado a Flor Nacional do Brasil (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
O ipê amarelo é considerado a Flor Nacional do Brasil. Essa nomeação foi feita pelo Decreto 3380/61, assinado pelo então presidente Jânio Quadros.





O motivo apontado no documento é que a espécie cresce de norte a sul do país e é "conhecida e admirada pelas populações do interior e da zona litorânea, pois tem sido cantada por nossos poetas e escritores".

Durante a floração, as flores amarelas dividem espaço no chão com a grama verde, assim como as duas cores se fazem presentes na bandeira nacional.

Os ipês roxo e rosa estão entre os quatro tipos mais comuns de BH (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Em Minas Gerais, o ipê amarelo foi declarada árvore de preservação permanente e imune de corte no estado pela Lei Estadual 9.743/88.

Em Belo Horizonte, os ipês amarelos fazem parte do charme da paisagem urbana, mas eles não são os mais comuns da cidade. Esse título pertence aos ipês rosa, a espécie tem mais de nove mil árvores espalhadas pela capital.





Número de ipês em Belo Horizonte
  • Rosa: 9.768 árvores
  • Tabaco: 6.054 árvores
  • Amarelo: 4.034 árvores
  • Roxo: 2.678 árvores
  • Branco: 2.493 árvores
  • Mirim: 2.491 árvores
  • Sete-folhas: 906 árvores
  • Do cerrado: 147 árvores
  • Verde: 24 árvores


Em cada ipê, uma história

Os ipês costumam florescer entre julho e setembro. São típicos do inverno, estação fria, com menor incidência de chuva e, por consequência, com o solo mais seco. Contudo, estas árvores transpiram bastante, o que ajuda na umidade do ar.

A floração dos ipês costuma durar cerca de uma semana. No caso dos ipês amarelos, ela pode se estender por até 10 dias. Enquanto as flores dos ipês brancos, conhecidos como "noivas de BH", persistem por menos tempo, mantendo-se por apenas três dias.



florescimento das árvores em BH começou mais cedo em 2022 e foi puxado pelo ipê rosa, espécie mais comum na cidade. Em seguida, foi a vez do ipê roxo colorir áreas próximas à Serra do Curral.





Na área urbana da capital, as árvores foram plantadas. As espécies nativas podem ser encontradas na Serra do Curral e no entorno da cidade. Há cinco espécies predominantes na capital: duas da cor amarelo, roxo, rosa e branco. Dessas, somente os ipês rosas não são característicos da região, sendo espécies comuns da Amazônia e da América Central.

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Belo Horizonte está situada na transição entre a mata atlântica e o cerrado, o que facilita o plantio dos ipês. Segundo biólogos, o clima da cidade também é propício à floração destas árvores que podem chegar a 15 metros de altura.

O mais raro dos ipês

Entre as 566 espécies de diferentes gêneros floríferos em Belo Horizonte, está o incomum ipê verde. São apenas 24 exemplares desta cor na cidade.

Ipê verde é o tipo mais raro em Belo Horizonte (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


E, apesar das condições favoráveis para os encantos da árvore na capital belo-horizontina, encontrar um ipê verde não é tarefa fácil. Isso porque a tonalidade de suas flores se misturam às folhas de outras vegetações. Assim, a descrição da espécie, em comparação às outras árvores de ipês, a torna menos popular e chamativa.





Sabia Não, Uai!

Sabia Não, Uai! mostra de um jeito descontraído histórias e curiosidades relacionadas à cultura mineira. A produção conta com o apoio do vasto material disponível no arquivo de imagens do Estado de Minas, formado também por edições antigas do Diário da Tarde e da revista O Cruzeiro.

O conteúdo oferece um olhar único e com propriedade sobre a história de Belo Horizonte e de Minas Gerais desde a década de 1920.