Uns levaram flores vermelhas para enfeitar, outros tiraram muitas fotos e teve ainda aqueles que, em silêncio absoluto, fizeram suas preces. Na manhã ensolarada deste sábado (30/7), a Catedral Cristo Rei, chamada de “o coração da Arquidiocese de Belo Horizonte”, em construção na Região Norte da capital, deu boas-vindas à imagem de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas, escultura de bronze feita pelo artista Guilherme Marques, de 38 anos.
Trata-de da primeira obra de arte a chegar ao templo, e deverá ficar bem na frente do terreno, visível para quem passar pela Avenida Cristiano Machado. Por enquanto, a peça em bronze, com 2 toneladas, ficará no Convivium Cristo Rei, na entrada do espaço de celebrações.
O arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo abençoou a imagem de Nossa Senhora da Piedade, que tem 8 metros de comprimento (da ponta do pé do Cristo ao final do manto de Maria), 3m de altura e 4m de largura. Disse o arcebispo: “Esta imagem de Nossa Senhora da Piedade da Catedral Cristo Rei é uma obra de arte e, ao mesmo tempo, abre para nós uma escola que renova o permanente convite de seguir Jesus Cristo”.
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A festa que lembra tal reconhecimento é tradição no Santuário da Padroeira de Minas Gerais, no alto da Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) mas, neste ano, é também celebrada na Catedral Cristo Rei, com programação especial (veja o quadro com as atividades desta tarde) integrando fé, arte e cultura.
EMOÇÃO
A analista comercial Priciane Rocha veio de Betim (RMBH) e estava ansiosa para ver a imagem: "Fiquei impressionada com as dimensões e o capricho do artista. Minha mãe faleceu há seis meses e era devota de Nossa Senhora da Piedade".
Fazendo muitas fotos, o bancário João Batista Vieira, de Cristiano Otoni, se disse emocionado com a forma de o artista recriar Nossa Senhora da Piedade. "A escultura mostra a entrega que Nossa Senhora, com Cristo nos braços, faz de seu filho para nossa salvação."
INSPIRAÇÃO
Após receber o convite de dom Walmor, que conheceu por intermédio do bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Geovane Luís da Silva, o escultor Guilherme Marques se espelhou no ícone de Nossa Senhora da Piedade, do século 18, do mestre Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), e que está no altar da Ermida da Padroeira de Minas Gerais – menor basílica do mundo, ponto mais alto do Santuário da Serra da Piedade.
Mas, inspirado, deu seu toque particular, incorporando as montanhas no manto.
“De frente, temos a Nossa Piedade com o Cristo nos braços. Já no manto, na parte de trás, há uma recriação das montanhas do nosso estado, mas lembrando os taludes nas encostas. Estão gravadas, portanto, as marcas da mineração”, afirma Guilherme Marques.
Ele se diz “honrado” com a oportunidade e destaca o envolvimento, na concepção da obra, não só de dom Walmor e dom Geovane, como também da equipe de modelagem e da Fundição Artística São Vicente, de Contagem (RMBH).
PROGRAMAÇÃO
Tarde deste sábado (30), na Catedral Cristo Rei
15h – Terço perpétuo e Missa, com a participação dos grupos Terço dos Homens
18h – Momento cultural “Grandes Vozes na Catedral”, com reflexão conduzida pelo padre Luís Henrique Eloy e Silva e apresentação musical reunindo o tenor Matheus Pompeu e o pianista Wagner Sander (ingressos via Sympla).