Jornal Estado de Minas

Rolê do Clube da Esquina

Bar do Museu Clube da Esquina proporciona tour por BH de jardineira 1957

Em 2022, o Clube da Esquina celebra 50 anos do lançamento do primeiro disco que deu origem a um dos movimentos musicais mais ricos e importantes do Brasil. A celebração ganhou programação especial do Bar do Museu Clube da Esquina (Rua Paraisópolis, 738), point artístico e cultural que preserva o legado criado por Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Márcio Borges. São dezenas de shows, oficinas, workshops e encontros pontuais para a gastronomia e para o turismo.





Destaque para uma aventura à bordo de uma jardineira chevrolet de 1957. O veículo retrotur, apelidado de Miss, desfila pelas ruas da capital para levar as pessoas para um passeio por pontos famosos de BH. Modelo comum nas décadas de 1950 e 1960, o ônibus tem feito a a alegria de moradores e turistas.

Stella Oliveira, de 21 anos, estudante de pedagogia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ao lado do namorado, Thiago, e dos sogros, Sérgio e Ana Cristina, curtiu o sábado passeando de jardineira: "Gostei muito, uma experiência bacana. Minha avó, Maria Cecília, conta que ia para escola de jardineira, em São Gonçalo do Pará, região centro-oeste, interior do estado. Então, foi bem legal viver a experiência".

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Para a estudante Stella Oliveira, com o namorado Thiago, o Clube da Esquina é mais que um movimento musical, é também político (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


Para Stella, passar pelos pontos importantes na história do Clube da Esquina também foi uma vivência importante: "O Clube da Esquina é mais que só um movimento musical, foi também uma experiência política, além da banda, dos músicos. Já fui ao bar, li livros, gosto das músicas e, no ensino médio, fiz um trabalho a respeito".



Martha Rocha e o Museu de Objetos e Veículos Antigos 

Jefferson Rios, fundador do Mova, que tem a jardineira há 15 anos, dá todas as informações aos participantes do tour (foto: Túlio Santos/EM/D.A/Press)

Jeferson Rios, fundador do Museu de Obejtos e Veículos Antigos (Mova), é o dono da jarndeira, Martha Rocha, há 15 anos. Ele conta que o nome do veículo é em homenagem à miss Brasil de 1954, Martha Rocha, que ficou em segundo lugar no concurso Miss Universo, por ter "duas polegadas" na largura do quadril a mais que a norte-americana Miriam Stevenson. "A Martha Rocha não anda, ela desfila pelas ruas. E tem 90% de originalidade. Para parar no sinal, tenho de frear 50 metros antes. Ela faz o maior sucesso, é uma volta aos anos 1950. É admirada por quem anda e por quem a vê pelas ruas".

Agora, Jeferson Rios dá voltas com a "miss" pelos pontos principais que contam parte da história do Clube da Esquina, mas ela está sempre circulando pela Lagoa da Pampulha, aos sábados, domingos e feriados: "E ela também participa de casamentos, aniversários de 80 anos e já fez a alegria de 2.500 crianças de escola pública, que andaram e depois fizeram um dissertação sobre a Lagoa da Pampulha", conta orgulhoso.

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No roteiro, pontos como a Praça da Liberdade e o Conjunto Arquitetônico da Pampulha (que incluem a Igrejinha de São Francisco de Assis, a Lagoa da Pampulha, o Mineirão e Mineirinho), além do viaduto de Santa Tereza e, claro, a tradicional esquina onde nasceu o Clube da Esquina, dentre outros pontos.



E, claro, passagem fundamental pelo Edifício Levy, na Avenida Amazonas, Centro de Belo Horizonte, onde morava D. Maricota, S. Salomão e seus 11 Borges, que juntos com Bituca, Wagner Tiso e outros amigos, viveram o sonho do Clube da Esquina.

Redescobrindo Belo Horizonte

Virgínia Paletta Câmara, coordenadora do Bar do Museu Clube, as pessoas estão tendo outro olhar sobre a cidade (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

"Oferecemos atividades turísticas para que as pessoas possam vivenciar e entender melhor sobre o movimento Clube da Esquina. É um passeio para celebrar a história, os lugares e as memórias. Os roteiros turísticos são feitos com uma linda jardineira de 1957, ou até mesmo com uma kombi clássica de 1959", destaca a coordenadora geral do Bar do Museu Clube da Esquina e curadora do festival, Virgínia Paletta Câmara.

Virgínia Paletta Câmara destaca que "não tem idade. As pessoas estão aprendendo sobre uma BH que não sabiam. Um olhar diferente sobre a cidade. Passam a enxergar locais que nunca tinham despertado atenção". Há passeios possíveis com duas pessoas de quarta a domingo e, com a jardineira, grupos de oito a 10 pessoas. Para valores, basta consultar o site.

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A coordenadora do Bar do Museu Clube da Esquina ressalta que há visitas guiadas gratuitas programadas para ocorrer. “As visitas são nos intervalos dos shows ou sob demanda. Assim como o roteiro turístico ou as visitas guiadas, todos eles terminam sempre com experiência gastronômica no Bar do Museu e um show com repertório de Clube da Esquina".