Jornal Estado de Minas

Crime no trânsito

Delegado que matou no trânsito passa primeira noite na Casa de Custódia

A Corregedoria de Polícia Civil ainda não anunciou quando o delegado Rafael Horácio, que matou Anderson Cândido de Melo após uma discussão no trânsito na última terça-feira (26/7), no Bairro Lagoinha, em Belo Horizonte, será ouvido. Isso poderá acontecer na segunda-feira, mas nada foi confirmado. O policial foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio que impossibilitou defesa da vítima, crime que tem pena que vai de 12 a 30 anos de prisão.






O delegado, que se entregou neste último sábado (30/7), passou a primeira noite na Casa de Custódia da Polícia Civil, no Bairro Horto e lá se encontrou com outro delegado que está detido há duas semanas, Rafael Lopes Azevedo, vulgo “Tchô Tchô”, que é investigado pela Polícia Federal, por envolvimento no tráfico de drogas, e pela Corregedoria, em uma série de crimes, que já tinham inquéritos em andamento.


Os dois delegados, inclusive, atuavam, juntos, na Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Furto, Roubo e Desvio de Cargas (Denarc).


O que foi feito até agora


Além do crime de homicídio, ocorrido na última terça-feira, sabe-se que o delegado Horário tem uma condenação por atirar em praça pública, na cidade de Alfenas, onde tinha sido delegado, pena esta convertida em trabalhos voluntários.


Há meses, segundo uma fonte da Polícia Civil, ele estava dirigindo bêbado. Ao ser abordado pela Rotam, da Polícia Militar, brigou com militares e chegou a desmaiar. Há cerca de um ano, o delegado teria teria sido flagrado pelo Batalhão de Trânsito da PMMG,  dirigindo na pista do Move. E, ainda, teria envolvimento numa investigação do jogo do bicho.





Na tarde de sábado, o porta-voz e chefe da comunicação da Polícia Civil de Minas Gerais, Saulo Castro, explicou que o caso está em investigação, com novas diligências sendo feitas e que novas testemunhas serão ouvidas.


Saulo Castro também explicou que Horácio não foi preso em flagrante no dia do crime, porque “naquele momento, preliminar e de análise dos fatos, entendeu-se que não havia a necessidade da prisão por conta exclusiva da apresentação espontânea do autor do fato e não da hipótese de legítima defesa.”


Segundo o chefe da Polícia Civil, por lei, a entidade tem 30 dias para concluir o inquérito mas espera-se que seja finalizado nos próximos dias.


Apesar de estar preso, o delegado continuará recebendo salário. Ele só perderia o cargo de delegado após uma decisão judicial ou administrativa. A demissão está a cargo do governo estadual. Por enquanto, como ainda não foi condenado, Horácio receberá seu salário com multa de um terço dos vencimentos.