Jornal Estado de Minas

CRIME GRAVE

MPMG condena mulher por falsa acusação de violência doméstica em Vespasiano

 

Uma mulher moradora de Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte, foi acusada de persecução penal e comunicação falsa de crime pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por acusar falsamente o marido de violência doméstica. 





A mulher havia acionado a Polícia Militar para relatar que foi agredida e ameaçada pelo companheiro, que foi preso em flagrante e ficou em estabelecimento prisional até receber a liberdade provisória. O homem foi denunciado, mas, durante o processo, a mulher confessou que a acusação era falsa e que havia procedido dessa forma por ter se irritado com o companheiro.


Devido ao crime, a mulher foi investigada pela 4ª Promotoria de Justiça de Vespasiano e condenada a pagar indenização de R$ 3 mil por dano moral coletivo, vez que se trata de crime cometido contra a administração da Justiça, que é de interesse de toda a coletividade. 

O que são persecução penal e comunicação falsa de crime

O advogado criminalista Leonardo Pantaleão, especialista em Direito e Processo Penal, mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP, explica que a persecução penal “é a perseguição do Estado ao autor de uma infração penal. Acontece em duas etapas, a primeira é a instalação do inquérito policial e a segunda, que é o momento da ação penal”. 





 

 


O criminalista explicou também sobre o crime grave de comunicação falsa de crime, que seria o ato de provocar ação das autoridades comunicando crimes que não aconteceram de verdade. “Esse movimento de autoridade faz com que o Estado perca tempo, já que ele poderia estar investigando algo que de fato possa ter acontecido.”


Por fim, Pantaleão comenta a atitude irresponsável da acusada do MPMG. “ Toda e qualquer agressão à mulher deve ser denunciada. Agora, por motivo qualquer, movimentar a autoridade ciente de que aquilo não ocorreu é grave, um crime. Não se pode permitir que um assunto tão sério como esse, que vem mobilizando a sociedade, seja tratado dessa forma. Hoje temos um índice alarmante de feminicídio a cada 11 minutos no país, é muito sério”.