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Estado de Minas FEMINICÍDIO

Quem era Emily, jovem morta a facadas pelo ex-namorado no Barreiro

Emily é descrita por amigos e familiares como carinhosa e trabalhadora. Ex-companheiro foi preso em flagrante nesta sexta-feira (5/8)


05/08/2022 15:40 - atualizado 05/08/2022 16:09

Imagem mostra Emily Luiza
Jovem fazia curso de tatuador e sonhava ter seu próprio estúdio (foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Entre os que conheciam Emily Luiza Ferretti, de 25 anos, jovem assassinada pelo ex-namorado nessa quinta-feira (4/8), a opinião era unânime: batalhadora e carinhosa. O enterro de Emily acontece na tarde desta sexta-feira (5/8) no Cemitério Belo Vale, em Santa Luzia.

Segundo familiares, Emily trabalhava em uma loja de artigos esportivos e sonhava montar seu próprio estúdio de tatuagem. "Ela estava começando a trabalhar com bodypiercing e fazia o curso de tatuagem", conta João Victor Ferretti Silva, primo da jovem.

Emily morava com a mãe e dois irmãos mais novos. "Ela era espetacular. Uma menina estudiosa, trabalhadora, honesta. Sempre estava do lado dos irmãos, da mãe, do pai", relata Márcio Giovani Ferretti, tio-avó e padrinho da jovem.

 

Leia também: Homem suspeito de matar ex-namorada no Barreiro é preso

 

O pai de Emily, Julei Anderson Fernandes, descreve a filha como sendo o alicerce da família. "Ela era muito trabalhadora. Ajudava bastante a gente. Era muito carinhosa e prestativa. Não tenho nada que reclamar dela, pelo contrário, só lembranças boas", disse.

A jovem planejava ir para os Estados Unidos para ficar com o ex-namorado, Thales Tomás do Vale, e já tinha, inclusive, tirado passaporte. "Ela estava empolgada com isso. Acabou que eles brigaram e terminaram, e ela desistiu de ir", conta Fernandes.

Relacionamento abusivo

O relacionamento, que começou pela internet, é descrito por amigos e familiares como conturbado desde o início. "Ela se envolveu com a pessoa errada. Quando viu que não era uma pessoa de boa índole, foi tentar sair fora e deu nisso", aponta o tio-avó de Emily.

 

Uma amiga da vítima, que preferiu não se identificar, afirma que Thales era muito ciumento e possessivo. "Ela disse várias vezes que queria terminar. Ele implicava até com as amigas. Não gostava quando ela saía com a gente", contou.

 

Leia também: "Fui covarde", diz homem que matou a ex no Barreiro 

 

Desde o término do relacionamento, em julho deste ano, Emily vinha sofrendo ameaças de Thales. Ele criou um perfil falso nas redes sociais e publicava fotos íntimas da ex-companheira, como chantagem para tentar reatar o relacionamento.

Dois dias antes do assassinato, Emily registrou um boletim de ocorrência contra o ex e pedido medida protetiva.

O que é feminicídio?


Feminicídio é o nome dado ao assassinato de mulheres por causa do gênero. Ou seja, elas são mortas por serem do sexo feminino. O Brasil é um dos países em que mais se matam mulheres, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A tipificação do crime de feminicídio é recente no Brasil. A Lei do Feminicídio (Lei 13.104) entrou em vigor em 9 de março de 2015.

Entretanto, o feminicídio é o nível mais alto da violência doméstica. É um crime de ódio, o desfecho trágico de um relacionamento abusivo.


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