O pregão foi realizado no sábado (06/06) para arrecadar recursos para a Festa de Nossa Senhora Aparecida, que será promovida na mesma comunidade, em outubro. O “arremate do ovo” virou o principal assunto das rodas de conversa do lugarejo, que tem cerca de 3 mil moradores, sendo o comentário também em localidades vizinhas.
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De acordo com a fisioterapeuta Renata Júnia, moradora do distrito que acompanhou o leilão, a fato inustiado começou quando o leiloeiro, conhecido como Zito Neiva, anunciou no microfone que uma das galinhas doadas tinha “botado” naquele momento. Ele mostrou o ovo no palco, improvisado em cima da carroceria de um caminhão.
Um dos participantes do evento, então, resolveu dar o lance de R$ 200 pelo ovo. “Aí, começou uma disputa”, descreve Renata, referindo-se a outros lances que foram dados na sequência.
De acordo com a moradora Laiara Stefânia Lemos, uma das responsáveis pela Festa de Nossa Senhora Aparecida de 2022, quatro pessoas “arremataram” o ovo somente como forma de contribuir financeiramente com o evento religioso.
Ela conta que, primeiramente, um morador “arrematou” o ovo por R$ 600 e o devolveu para o pregão. O gesto foi repetido por mais três pessoas, que desembolsaram os valores de R$ 500, R$ 400 e R$ 500, totalizando os R$ 2 mil arrecadados.
Quando foi dado o último lance, oferecido por um comerciante da localidade que prefere não ser identificado, o leiloeiro brincou: “Vendi por R$ 500.. (...) vai ter que levar... cozinhar (o ovo)... é uma força... Você vai transformar sua vida. Melhora a pele, melhora tudo. Quem é bonita, vai ficar mais bonita ainda”.
“A venda do ovo no leilão foi uma coisa surpreendente. Mostrou a disposição das pessoas de contribuírem com a festa de Nossa Senhora”, avaliou Laiara Stefânia.
A festeira, no entando, lembrou de outros arremates com valores altos no leilão beneficente. Um deles foi de um bezerro, que teve um lance R$ 6,2 mil, mas o “comprador” devolveu o animal “para a mesa” e ele foi leiloado novamente por R$ 7,1 mil, gerando uma renda de R$ 13, 3 mil para a organização do evento religioso.
A fisioterapeuta Renata Júlia salienta que os participantes do leilão se divertiram muito com a história do “leilão do ovo”. “Não foi nada programado e tudo começou como uma brincadeira. Mas, na verdade, o leilão do ovo significou a fé, a solidariedade e a vontade das pessoas em contribuir com a Festa de Nossa Aparecida”, disse a moradora.
Renata é filha da professora Maria da Penha Almeida, que começou a organizar a Festa de Nossa Senhora em Baixa Quente há cerca de 30 anos, como ato de fé e agradecimento, após cinco pessoas da família sobreviverem a um grave acidente automobilístico. “Todos as cinco pessoas que estavam no carro escaparam por um milagre”, diz Renata, que foi uma das sobreviventes do acidente, juntamente com uma irmã, os pais e uma tia.
Embora o leilão tenha sido promovido pela arrecadar verbas para a Festa de Nossa Senhora Aparecida, a paróquia de Baixa Quente é dedicada a São Sebastião.