Na avaliação do advogado criminalista e pesquisador em segurança pública, Jorge Tassi, não há dúvidas de que houve falha no processo de instrução durante o treinamento de formação de militares, que resultou na intoxicação de alunos do Colégio Tiradentes. Os estudantes foram atingidos por gás lacrimogêneo na manhã desta terça-feira (9/8).
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PM investiga vazamento de gás no Colégio TiradentesMãe de aluno do Colégio Tiradentes: "Já aconteceu outras vezes"Alunos são socorridos, vítimas de vazamento de gás no Colégio TiradentesColégio Tiradentes: entenda os efeitos do gás lacrimogêneo no organismoAlunas que tiveram contato com gás lacrimogêneo são liberadas de hospitalSegundo ele, o Colégio Tiradentes foi atingido por um acidente operacional, que expôs como o local é impróprio para a realização de atividades com munições químicas. "O local se mostrou inadequado. Isso sem dúvidas. Não existe questionamento sobre isso", avalia.
"Esse acidente, provavelmente, vai gerar uma revisão de procedimento, que deve, pelo menos, fazer com que as aulas de treinamento dos militares ocorram em outro lugar dentro da própria academia", complementa Tassi.
Segundo o pesquisador, o acidente não apresentou riscos à vida dos alunos. "Ele não mata, não vai gerar lesões. Ele gera uma ardência, principalmente nas mucosas, olhos e nariz. Isso acaba gerando um desconforto absurdo. Tem gente que vomita, tem gente que chora", explica.
Ele avalia, ainda, que esse não foi um caso de intoxicação pela substância. "Passou meia hora, ele não deixa nenhum tipo de efeito na pessoa. Ela fica marcada muitas vezes pela situação em si. É diferente da utilização do gás em espaço fechado. Nesse caso, o gás pode gerar intoxicação, porque em alta concentração, ele vai impedir a pessoa de respirar", aponta.