O delegado Rafael de Souza Horácio, que matou, com um tiro o motorista de um reboque, Anderson Cândido de Melo, de 48 anos, no último dia 29 de julho, no viaduto Oeste, na altura do Bairro Lagoinha, vai continuar preso.
A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (10/8) pela juíza Bárbara Heliodora Quaresma Bonfim, do 1º Tribunal do Júri, depois de uma audiência de custódia, que contou com a presença do réu. A expectativa da defesa do delegado era de que ele aguardasse o julgamento em liberdade.
O pedido de prisão cautelar foi feito pela Corregedoria de Polícia Civil de Minas Gerais no último dia 29, sendo que o delegado Horácio se entregou no dia seguinte.
A defesa do delegado alegava que a prisão era ilegal, pois havia sido solicitada pela Corregedoria fora do prazo, e como confessou o crime e entregou a arma, não haveria necessidade de estar preso.
O Ministério Público solicitou que a prisão deveria ser temporária e que o delegado poderia aguardar o julgamento em liberdade. No entanto, a juíza não entendeu dessa forma, e o policial deverá permanecer na Casa de Custódia da PCMG), no Bairro Horto.
O crime
O crime ocorreu na Avenida do Contorno, próximo ao Viaduto Oeste. No final da tarde da terça-feira (26/8), quando Rafael, que estava num carro descaracterizado, atirou contra Anderson após uma briga de trânsito.
O delegado alegou que foi fechado pelo caminhão dirigido por Anderson, e que teria havido uma discussão. O delegado desceu do carro e atirou contra o motorista do caminhão.
A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital João XXIII, mas não resistiu e morreu. Anderson foi enterrado na quinta-feira (28), em Igarapé. Ele deixou a esposa, quatro filhos e um neto, de 5 anos.
O delegado Horácio alegou, no dia, que se apresentou como policial e pediu para que Anderson descesse do veículo, momento em que a vítima acelerou e, para não ser prensado entre a mureta e o caminhão, atirou no motorista.
A família de Anderson questiona essa versão do autor. Segundo eles, o homem era uma pessoa tranquila e pacífica, que cuidava de toda a família.
O caso, por determinação da juíza, seguirá em segredo de justiça. A data do julgamento ainda não foi marcada.