Novas provas e circunstâncias foram obtidas pelos policiais da Divisão de Homicídios na investigação do assassinato do médico Jefferson Boschi Tiago, de 65 anos, que também éra policiai federal aposentado, ocorrida na noite de sábado (6/8), no Bairro Olaria, região do Barreiro, e que tem como suspeita sua ex-companheira, Kenia Mara do Patrocínio Silva Santos, de 30 anos. A vítima foi encontrada em sua cama, com cerca de 50 facadas pelo corpo.
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Ela disse ainda, que o casal foi a um bar na Savassi, no sábado, e lá o homem teria tido um ataque de ciúmes. Os dois voltaram para a casa dele no Barreiro, onde ele a agrediu verbal e fisicamente.
De policial federal a médico
Um levantamento feito sobre a vida da vítima mostra que antes de se tornar médico, ele era policial federal e que vivia em Carapebus, no Espírito Santo, onde trabalhava no combate ao contrabando. Para isso, se disfarçava de surfista.
Bem sucedido nessa missão, foi designado para uma missão de combate ao tráfico de drogas, no Suriname. Lá, sofreu uma emboscada feita por traficantes e, ao tentar escapar de motocicleta, acabou sendo atingido. Ele caiu da moto, sofrendo inúmeras fraturas.
Em consequência disso, teve de colocar várias próteses e acabou sendo aposentado por invalidez. Foi quando decidiu cursar medicina, tendo se formado e se especializado em clínica geral.
Desde então, passou a atuar na medicina comunitária. Trabalhou primeiro em Martinho Campos, onde tinha um consultório. Mais recentemente, havia montado um consultório no Bairro Padre Eustáquio, onde atendia exclusivamente pobres, cobrando R$ 10 por consulta. “Esse dinheiro era exclusivamente para manter o consultório”, disse um primo.
Namoro encerrado
Há cerca de duas semanas, segundo parentes de Jefferson, ele decidiu terminar o namoro e passou a ser assediado por Kenia, que não queria se separar e começou a exigir casamento.
Segundo parentes de Jefferson, a família de Kenia passou a pressionar o homem. A mãe dela chegou a procurá-lo dizendo que se terminasse o relacionamento teria de dar uma casa para ela.
O médico era também espírita e desenvolvia um trabalho na Fraternidade Espírita Irmão Glacus, no Padre Eustáquio.