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Estado de Minas CASO LORENZA

'André está mentindo. Ele matou a minha filha', diz pai de Lorenza

Marco Aurélio Silva disse que o promotor não socorreu a mulher como alega e que tem convicção de que André de Pinho matou Lorenza


10/08/2022 15:53 - atualizado 10/08/2022 16:27

O pai de Lorenza Maria de Pinho, Marco Aurélio Silva, afirma ter convicção de que o promotor André Luís Garcia de Pinho matou a filha, em abril de 2021. Ele diz que o promotor mente quando afirma que socorreu a mulher. 

 

 


“O promotor André de Pinho é mentiroso. Os laudos e eu dizem que ele está mentindo. Na minha opinião, ele matou a minha filha dentro do quarto em que dormiam”, afirmou. 

A declaração do pai foi dada durante participação no podcast 'Pod ou não pode?', nesta quarta-feira (10/08). Ele acredita que o promotor foi o responsável pela morte de Lorenza.
Carlini, Marco Aurélio e Ethel Corrêa durante o podcast 'Pod ou não pode?'
O pai de Lorenza, Marco Aurélio Silva, participa do podcast 'Pod ou não pode?', nesta quarta-feira (foto: Ramon Lisboa/EM/DA)
 
O julgamento de André de Pinho começou na segunda-feira (8/8), mas foi suspenso ontem a pedido do desembargador Wanderley Paiva, que comanda o julgamento no auditório do Tribunal Pleno, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

Avô e neto de lados opostos


No primeiro dia de julgamento foram ouvidas sete pessoas, entre testemunhas e informantes. Marco Aurélio Silva, foi o primeiro a ser ouvido, como informante. Em conversa com a reportagem, ele revelou estar confiante na condenação. 
 
“Estou aguardando que a justiça seja feita e ele cumpra a pena máxima na cadeia, que é o local onde todo ‘feminicida’ merece estar”, desabafou.  

Já no segundo dia, foram ouvidas seis testemunhas de defesa. Entre elas, os dois filhos mais velhos do casal: André Pinho, de 18 anos, e Mariana Pinho, de 17. 

Em seu depoimento, o jovem rejeitou a tese da acusação de que a mãe foi vítima de feminicídio. Ele sustentou os argumentos da defesa do pai, de que a vítima não foi assassinada, pois teria morrido em decorrência de pneumonite (inflamação nos pulmões) provocada por vômito, além de autointoxicação por exposição intencional a drogas.

O filho alegou ainda que a relação da mãe com os demais membros da família era conturbada. 

“Eu amava a minha mãe, só que ela tinha problemas psicológicos e isso se refletia muito na nossa relação com ela. Ao contrário do que meu avô fala, na relação de casal era minha mãe que mandava no meu pai. Ela falava, e ele obedecia”, afirmou.

Autorização para visitar o pai


Ao fim da audiência, o desembargador Wanderley Paiva autorizou que os filhos do réu o visitem. Ele está preso em uma unidade do Corpo de Bombeiros, na capital mineira. 
 
Por ter foro privilegiado, André Luís Garcia de Pinho está sendo julgado por um colegiado de desembargadores que compõem um órgão especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Pedido de perícia

 
Segundo o TJMG, ao todo foram ouvidas 13 pessoas em dois dias. Na terça-feira (9/8), a audiência foi suspensa e só será retomada após apresentação, pela perícia, de novas informações solicitadas para esclarecimentos dos fatos. 

“As perguntas, a serem respondidas por escrito por peritos que elaboraram o laudo de necropsia da vítima, vão ajudar a esclarecer detalhes e questões suplementares. As informações serão analisadas pelos defensores do réu, pela acusação e pelo relator do processo, desembargador Wanderley Paiva. Se houver necessidade, outras pessoas ainda deverão ser ouvidas”, explicou o TJMG. 

O crime


Lorenza Maria foi morta no dia 2 de abril de 2021, no apartamento onde morava com o então promotor André Luís Garcia de Pinho no bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. O casal teve cinco filhos.

André Luís foi denunciado por feminicídio qualificado por motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima. O laudo do IML aponta que Lorenza foi envenenada. O corpo dela apresentava ainda lesões provocadas por estrangulamento.
 
(Com informações de Bruno Luis Barros) 


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