O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) deflagrou, nesta quarta-feira (10/8), a operação "Gado Virtual", que busca combater a sonegação fiscal no interior de Minas. A investigação aponta irregularidades no faturamente de gado com emissão de notas fiscais de maneira fraudulenta envolvendo agentes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Operações que podem chegar a R$ 1,7 milhão são investigadas.
O Cira é composto pelo Ministério Público de Minas Gerais, Receita Estadual e Polícia Militar (PM). Hoje, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a operação. Dois servidores municipais cedidos ao IMA, comerciantes de gado e empresa leiloeira dos municípios mineiros de Araguari e Estrela do Sul são investigados há quase um ano.
Durante o período de 11 meses em que os envolvidos foram investigados, 21 notas fiscais foram emitidas em nome de um produtor rural que não sabia da existência dessa movimentação em seu nome. Essas nota somam R$ 1.670.451,50. O objetivo da emissão dessas notas é tornar documentadas cabeças gado compradas sem origem.
Toda a movimentação foi feita a partir do mesmo computador, cujo IP foi identificado. Esse gado foi adquirido num leilão em Estrela do Sul e isso também leva as autoridades a ligarem a ação criminosa aos leiloeiros.
O Cira aponta também que funcionários municipais que atuam no IMA movimentam o estoque de cabeças de gado de produtores rurais com emissão de notas fiscais e Guias de Trânsito de Animal (GTAs) fraudulentas.