O "Templo Cervejeiro", restaurante anexo à Cervejaria Backer no Bairro Olhos D'Água, Região Oeste de BH, reabriu as portas nesta quinta-feira (11/8) para a segunda temporada do "Valle Gastronômico".
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Caso Backer: depois de 926 dias, vítima de contaminação volta ao trabalho'Lutei para trazê-lo de volta, não consegui', diz viúva de vítima da BackerOuvido pela Justiça, delegado aponta omissão da BackerBacker: testemunhas dizem que contaminação não tinha como ser detectadaAmigos de dona da Backer são ouvidos no terceiro dia de depoimentosCaso Backer: mestre cervejeiro não tinha acesso à produção, diz defesaEntre luto e sequelas, vítimas da Backer aguardam conclusão de processosTrês anos depois, vítimas do caso Backer aguardam julgamento da cervejariaO Templo Cervejeiro permaneceu fechado de janeiro de 2020, quando os casos de intoxicação pelas cervejas da Backer vieram à tona, a outubro do mesmo ano. Em 17 de outubro, o estabelecimento anunciou que voltaria a funcionar, sob protesto das vítimas. Desde então, tem operado de modo intermitente.
Questionada pelo Estado de Minas sobre a organização do Valle Gastronômico, a Backer informou que não assina a produção do evento. "O Valle Gastronômico é um dos diversos clientes que têm utilizado periodicamente o Templo Cervejeiro. É, contudo, especial, porque se comprometeram a comercializar apenas as cervejas da Três Lobos, o que irá auxiliar no pagamento das indenizações (das vítimas de envenenamento)", diz a nota enviada à reportagem.
Caso Backer
Em dezembro de 2019, a contaminação de cervejas produzidas pela Backer afetou diretamente 29 pessoas, das quais 10 morreram. Desde então, os sobreviventes – alguns com graves sequelas – travam uma árdua luta na Justiça. Nenhum dos atingidos recebeu indenização da cervejaria por danos relativos à intoxicação.
As atividades da Backer haviam sido suspensas desde 2020, depois que o inquérito policial comprovou que as substâncias tóxicas usadas para resfriamento do produto vazaram para o interior de tanques de fermentação, apesar de a utilização delas não ser recomendada pelos fabricantes dos equipamentos. Além do âmbito criminal, há na Justiça de Minas o processo cível. A ação, que prevê indenização para as vítimas, ainda está em primeira instância. O processo segue em fase de produção de provas periciais para depois ser encaminhado a julgamento, na 21ª Vara Cível de BH.