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Estado de Minas VIOLÊNCIA POLICIAL

Jovem espancado por PMs em MG é levado ao hospital em BH com fortes dores

Ao Estado de Minas, advogado de defesa informou que seu cliente deu entrada no Hospital Socor com quadros de vômito, dor de cabeça e tontura


15/08/2022 17:47 - atualizado 15/08/2022 23:12

Duas fotos do jovem Marcos, uma de frente e outra de costas, mostram hematomas no rosto, no olho e parte de trás da cabeça
Após ser imobilizado, Marcos Mendonça Gonçalves, de 23 anos, foi agredido com, pelo menos, 11 socos por policiais militares durante abordagem em Paineiras na noite de sexta-feira (12/8) (foto: Arquivo pessoal/Marcos Mendonça Gonçalves)
O jovem Marcos Mendonça Gonçalves, de 23 anos, espancado após ser imobilizado durante abordagem policial no município de Paineiras, na Região Central de Minas, foi levado por familiares para o Hospital Socor, em Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira (15/8). 
 
A informação foi confirmada à reportagem por Marcos Aurélio de Souza Santos, advogado criminalista que assumiu a defesa do rapaz. “Ele começou a passar mal. Está vomitando, com fortes dores de cabeça e tonturas. Então, o pai foi com ele até o hospital”. 


 
Até a publicação desta reportagem, o rapaz, ainda conforme o advogado, seguia em atendimento na unidade hospitalar. Por enquanto, não há informações se ele precisará ficar internado ou se será liberado nas próximas horas. A reportagem tentou contato com o hospital, mas as ligações não foram atendidas. 
 
Mais cedo, nesta segunda-feira, Marcos Aurélio – também conselheiro seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Minas – se encontrou com o rapaz e a namorada dele, Maísa Tavares, de 18, que também foi agredida durante a abordagem policial na última sexta-feira (12/8). 
 
Segundo ele, ao ser levado para a delegacia da Polícia Civil em Bom Despacho, não foi emitida a guia para que o jovem fizesse o exame de corpo de delito. 

Leia também: Defesa de jovem espancado por PMs em MG vai acionar o Ministério Público
 
“Não sei por qual razão não fizeram o pedido e também não posso especular. Hoje fomos na delegacia aqui de Contagem, e o delegado, doutor Cleiton, nos atendeu muito bem e emitiu as guias para o Marcos e a namorada. De lá, fomos para o Instituto Médico Legal, em Belo Horizonte, onde os exames foram feitos”, conta o advogado, pontuando que os resultados devem sair na próxima segunda-feira (22/8). 

Tentativa de homicídio

Marcos Aurélio conta ainda que, após analisar melhor as imagens, concluiu que a agressão sofrida por seu cliente não se enquadra como lesão corporal, mas tentativa de homicídio. "Vou fazer esses apontamentos em uma representação ao Ministério Público e também na corregedoria da Polícia Militar", pontua.  
 
“A partir do momento que a pessoa está imobilizada e, mesmo assim, leva 11 socos na cabeça, ela poderia chegar a óbito. Já agendei um encontro, na quarta-feira (17/8), com um delegado de Abaeté que vai acompanhar o caso”, diz.  

Entenda o caso

Na noite de sexta-feira (12/8), no município de Paineiras, na Região Central do estado, Marcos Mendonça Gonçalves, de 23 anos, foi espancado após ser imobilizado durante uma ação policial. As agressões resultaram em hematomas por todo o corpo, além de sete pontos na parte de trás da cabeça. A namorada Maísa Tavares, de 18, levou um soco de um dos militares ao tentar interromper a agressão contra o companheiro. 
 
Nas imagens – gravadas por uma testemunha que optou por não se identificar por medo de represálias –, Marcos cai no chão. Enquanto um dos policiais agride violentamente o rosto do rapaz, que tenta se proteger com os braços, outro militar segura suas pernas. O jovem foi golpeado pelo menos 11 vezes e acabou desmaiando.
 
Conforme o boletim de ocorrência, a Polícia Militar teria recebido uma denúncia de que havia um homem soltando bombas em uma praça perto de crianças. Durante a abordagem, a PM alegou que foi desacatada com diversos xingamentos e, ao receber voz de prisão, Marcos teria resistido e "agrediu um dos militares com chutes e mordidas".
 
"Visando se defender das agressões, e resguardar a vida dos militares, foi necessário fazer o uso da força com golpes de defesa pessoal", justificou a PM. 
 
Questionado sobre a versão dos policiais, o jovem negou ter sido agressivo. "Não os desacatei. E mesmo que tivesse feito isso, nada justifica o que fizeram. É um absurdo! Estou no hospital até agora, com muita dor e tomei sete pontos na cabeça", afirmou, na ocasião. 
 
Em comunicado emitido na tarde de sábado (13/8), a PM ratificou as informações do registro da ocorrência e disse que, diante da divulgação das imagens que mostram parte da ação policial, foi instaurado um procedimento para analisar a conduta dos militares durante a abordagem.





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