
Com o fim da fase de resgate dos escombros, uma faixa da Rua Diogo de Vasconcelos será liberada na sexta-feira (19/8) e, no espaço deixado, será construída uma praça memorial.
De acordo com a Secretaria de Cultura e Turismo de Ouro Preto, a retirada e recuperação dos fragmentos seguiram as normas patrimoniais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Um empresa especializada em arqueologia histórica foi contrata e a conclusão dos serviços de resgate das peças do Solar Baeta Neves foi nessa terça-feira (16/8).
Os novos elementos arqueológicos como encantarias, entalhes de madeira, assoalhos, forros e balcões de ferro serão levados para o Paço da Misericórdia - Centro de Artes e Fazeres de Ouro Preto.
“Elas vão passar por higienização especializada, serão embaladas e acondicionadas. Estamos pensando em realizar uma exposição de curta duração futuramente” diz a secretária de Cultura e Turismo, Margareth Monteiro.
A secretária conta que o espaço será preservado em Ouro Preto como memória viva do casarão destruído em um dos maiores desastres geológicos da cidade.
Para isso, a prefeitura pretende projetar no local uma praça e alguns elementos do Solar Baeta Neves como, por exemplo, peças em cantaria que vão compor o mais novo espaço de convivência dos moradores e turistas.
Casarão Baeta Neves
O casarão Baeta Neves foi a primeira construção em estilo neocolonial de Ouro Preto. O documento mais antigo do terreno revela que ele foi adquirido em 1890 pela família Baeta Neves.
A casa tinha pisos em marchetaria e ladrilho hidráulico característico do século 19 e teto de madeira feito a mão. No mesmo período, foi construída a Estação Ferroviária Federal.
Os integrantes da família Baeta Neves eram comerciantes e achavam interessante manter um imóvel naquela localização, para que pudessem fazer transações e negociações comerciais pela ferrovia.
No Casarão havia vários elementos construtivos de extrema importância para a história da arquitetura colonial em Ouro Preto. O interior era composto por esquadrias, estuques, forjas de ferragem nas portas e janelas, forro em quadrantes, pisos em setas em jacarandá e pinho de riga, além de balaústres internos em madeira.
Morte do casarão
O Brasil acompanhou na manhã da quinta-feira (13/1) a morte de parte do patrimônio histórico do país. O deslizamento de terra da porção sul do Morro da Força soterrou em poucos minutos o casarão Solar Baeta Neves e mais dois outros imóveis.
Devido ao alerta da defesa Civil de Ouro Preto, antes do desabamento aproximadamente 500 metros para cada saída foram isolados e todas as pessoas foram evacuadas de suas residências, o que evitou um desastre ainda maior.