Jornal Estado de Minas

PEDIDO NEGADO

Justiça nega habeas corpus de goleiro Bruno por pensão atrasada

A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou nesta terça-feira (16) um pedido de habeas corpus do goleiro Bruno Fernandes, que teve a prisão decretada por não pagar a pensão de seu filho com Eliza Samúdio, assassinada em 2010.





Os desembargadores responsáveis pelo caso negaram outro pedido da defesa de Bruno em 1º de julho. A defesa recorreu da decisão da 6ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que pediu a prisão do goleiro em 27 de maio.

A Justiça de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, onde ele mora, também pediu a prisão de Bruno, em 11 de agosto. As duas ações tem como motivo o atraso de três anos no pagamento da pensão alimentícia para Bruninho, seu filho de 12 anos. O valor total é de R$ 90 mil, referente a dois salários mínimos por mês.

 

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Bruno alega que não se furta ao pagamento do valor, mas que tentou uma proposta de acordo no processo e que a prisão é “desnecessária”. Os advogados pediam que o mandado de prisão fosse suspenso até que fossem depositados R$ 30 mil ou que Sônia Moura, mãe de Eliza e avó de Bruninho, se manifestasse no judiciário em relação à proposta de acordo.





Não há informações sobre se e quando o mandado de prisão será cumprido.

 

Mãe de Elisa fala sobre atraso e pedido de prisão

Sônia Moura, que é responsável pelo neto, participou de live no Instagram de Márcia Goldschmidt. Ela conta que considerou aceitável a primeira proposta de acordo que recebeu do ex-goleiro. "Dentro das possibilidades dele , que fala que não tem dinheiro, ficaria uma situação boa para o Bruninho", afirmou.


No dia seguinte, segundo a avó, outra proposta foi feita. Seriam pagos R$ 30 mil e o restante viria depois, em 12 parcelas. Ela não aceitou. "Quem me garante que ele ia cumprir esse acordo? Eu não tinha essa garantia. Ele podia muito bem depositar os R$ 30 mil e depois falar 'bem, paguei os R$ 30 mil, não vou pagar o restante, porque ai não ia ter a prisão", disse.

Ela reafirmou a importância do pagamento da pensão como um direito do neto, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além do processo indenizatório pela morte da mãe, que corre em separado. "Dizem que eu estou me vingando do Bruno. Me vingando? Eu busco os direitos que ele tem por lei. É vingança? É o minimo", afirmou.




Vaquinha arrecada R$ 20 mil em três dias

O ex-goleiro lançou, no último domingo (14/8), uma vaquinha online para arrecadar o valor necessário para pagar a pensão do filho e evitar sua prisão. Com 197 apoiadores, R$ 19.439,00 já foram arrecadados – cerca de 20% da meta de R$ 90 mil. O ex-goleiro também anuncia um Pix para receber doações, cujo valor não é público.

Bruno também anunciou rifas de camisas de quando jogava no Flamengo. Uma das blusas é da edição comemorativa dos 200 jogos dele pelo clube e tem autógrafos dos jogadores de 2009. Cada rifa custa R$ 30. Outras duas camisas são rifadas por R$ 50.

Questionada sobre a vaquinha, Sônia criticou o uso do nome do neto, Bruninho, na campanha. "A responsabilidade é dele, vem de anos, ele sabia que em algum momento poderia ser preso. Vamos ver se eles vão prestar conta disso, o que é que eles vão fazer se houver um dinheiro a mais, se é que eles vão encerrar essa vaquinha quando atingir o objetivo, ou vão continuar."

Atualmente, Bruno joga pelo Atlético Carioca, de São Gonçalo, e chegou a montar, em fevereiro deste ano, uma loja de açaí em São Pedro da Aldeia, cidade vizinha de Cabo Frio. Ele tem outras três filhas e é casado. 

 

*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli.