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Estado de Minas PEDIDO NEGADO

Justiça nega habeas corpus de goleiro Bruno por pensão atrasada

Prisão do jogador, condenado pelo assassinato de Eliza Samúdio, foi decretada pelas justiças do RJ e MS. R$ 90 mil não foram pagos ao filho


17/08/2022 20:59 - atualizado 17/08/2022 21:39

Bruno Fernandes já arrecadou quase R$ 20 mil em três dias de vaquinha
Bruno Fernandes já arrecadou quase R$ 20 mil em três dias de vaquinha (foto: foto: Leandro Couri/EM/DA Press - 8/4/17)
A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou nesta terça-feira (16) um pedido de habeas corpus do goleiro Bruno Fernandes, que teve a prisão decretada por não pagar a pensão de seu filho com Eliza Samúdio, assassinada em 2010.


Os desembargadores responsáveis pelo caso negaram outro pedido da defesa de Bruno em 1º de julho. A defesa recorreu da decisão da 6ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que pediu a prisão do goleiro em 27 de maio.

A Justiça de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, onde ele mora, também pediu a prisão de Bruno, em 11 de agosto. As duas ações tem como motivo o atraso de três anos no pagamento da pensão alimentícia para Bruninho, seu filho de 12 anos. O valor total é de R$ 90 mil, referente a dois salários mínimos por mês.

 

Leia também: Pensão atrasada: mãe de Eliza Samúdio fala sobre decreto de prisão de Bruno


Bruno alega que não se furta ao pagamento do valor, mas que tentou uma proposta de acordo no processo e que a prisão é “desnecessária”. Os advogados pediam que o mandado de prisão fosse suspenso até que fossem depositados R$ 30 mil ou que Sônia Moura, mãe de Eliza e avó de Bruninho, se manifestasse no judiciário em relação à proposta de acordo.


Não há informações sobre se e quando o mandado de prisão será cumprido.

 

Mãe de Elisa fala sobre atraso e pedido de prisão

Sônia Moura, que é responsável pelo neto, participou de live no Instagram de Márcia Goldschmidt. Ela conta que considerou aceitável a primeira proposta de acordo que recebeu do ex-goleiro. "Dentro das possibilidades dele [Bruno], que fala que não tem dinheiro, ficaria uma situação boa para o Bruninho", afirmou.


No dia seguinte, segundo a avó, outra proposta foi feita. Seriam pagos R$ 30 mil e o restante viria depois, em 12 parcelas. Ela não aceitou. "Quem me garante que ele ia cumprir esse acordo? Eu não tinha essa garantia. Ele podia muito bem depositar os R$ 30 mil e depois falar 'bem, paguei os R$ 30 mil, não vou pagar o restante, porque ai não ia ter a prisão", disse.

Ela reafirmou a importância do pagamento da pensão como um direito do neto, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além do processo indenizatório pela morte da mãe, que corre em separado. "Dizem que eu estou me vingando do Bruno. Me vingando? Eu busco os direitos que ele [Bruninho] tem por lei. É vingança? É o minimo", afirmou.

Vaquinha arrecada R$ 20 mil em três dias

O ex-goleiro lançou, no último domingo (14/8), uma vaquinha online para arrecadar o valor necessário para pagar a pensão do filho e evitar sua prisão. Com 197 apoiadores, R$ 19.439,00 já foram arrecadados – cerca de 20% da meta de R$ 90 mil. O ex-goleiro também anuncia um Pix para receber doações, cujo valor não é público.

Bruno também anunciou rifas de camisas de quando jogava no Flamengo. Uma das blusas é da edição comemorativa dos 200 jogos dele pelo clube e tem autógrafos dos jogadores de 2009. Cada rifa custa R$ 30. Outras duas camisas são rifadas por R$ 50.

Questionada sobre a vaquinha, Sônia criticou o uso do nome do neto, Bruninho, na campanha. "A responsabilidade é dele, vem de anos, ele sabia que em algum momento poderia ser preso. Vamos ver se eles vão prestar conta disso, o que é que eles vão fazer se houver um dinheiro a mais, se é que eles vão encerrar essa vaquinha quando atingir o objetivo, ou vão continuar."

Atualmente, Bruno joga pelo Atlético Carioca, de São Gonçalo, e chegou a montar, em fevereiro deste ano, uma loja de açaí em São Pedro da Aldeia, cidade vizinha de Cabo Frio. Ele tem outras três filhas e é casado. 

 

*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli.


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