(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO

PF constata danos em igreja tombada pelo Iphan em Itabirito

Operação encontrou a Igreja Nossa Senhora do Rosário com sinais de danos e peças sacras ausentes. Forro desabou na semana passada


19/08/2022 11:12 - atualizado 19/08/2022 22:16

Igreja danificada ao fundo, com policial federal na frente, de costas.
Quando os militares chegaram ao local, a igreja estava totalmente descaracterizada (foto: PF/Reprodução)
Uma operação da Polícia Federal (PF), realizada nessa quinta-feira (18/8), constatou que a Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais, está danificada.

O local tem sinais de estragos nas pinturas, nas paredes e no forro, além de peças sacras não terem sido encontradas.


Na última segunda-feira (15/8), o forro do altar da Igreja do Rosário, como é conhecida, desabou.

De acordo com a PF, a igreja passou por reformas que não respeitaram as diretrizes do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do local. A obra havia sido embargada na última sexta-feira (12/8), após uma denúncia.

 

Esse é o resultado da primeira fase da operação "Hereditarem Historicam" (Patrimônio Histórico, em latim), que apura denúncias de descaracterização de templos barrocos e desaparecimento de peças sacras.

Segundo a PF, a operação busca preservar o rico acervo histórico, cultural e patrimonial de Minas Gerais.


Obras são feitas sem acompanhamento do Iphan


Forro da igreja desabou nesta segunda-feira (15/8)
Forro da igreja desabou nesta segunda-feira (15/8) (foto: PF/Reprodução)
A Igreja Nossa Senhora do Rosário data do século XVIII e foi tombada pelo Iphan em 1955. “Ocorreram remoções de forro sem o devido cuidado na restauração, com pinturas completamente danificadas, paredes e rebocos retirados, ausência de imagens sacras catalogadas”, disse a PF em nota enviada ao Estado de Minas.

"O dano será averiguado mediante laudo pericial de engenharia, arquitetura, histórico, antropológico, multidisciplinar, observadas as ausências no acervo anteriormente catalogado", informa o órgão.

 

Com o avanço da investigação, os responsáveis pelos danos poderão responder pelos crimes contra o patrimônio histórico. A pena pode chegar a seis anos de prisão. Ainda segundo a PF, várias igrejas serão vistoriadas dentro da operação.

O que dizem Iphan, paróquia e prefeitura

 

Igreja do Rosário é um dos principais cartões postais de Itabirito
Igreja do Rosário é um dos principais cartões postais de Itabirito (foto: Rogério Franco/Prefeitura de Itabirito)
Na quarta-feira (17/7), o Iphan encaminhou um ofício ao padre Miguel Ângelo Fiorillo, da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, responsável pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no qual consta que os agentes do órgão foram impedidos de entrar no local para fazer vistoria após o desabamento do forro.

 

Segundo o Iphan, a paróquia enviou pedido de autorização para reformas emergenciais que foram autorizadas. Em 26 de julho, o órgão recebeu uma denúncia de que estavam sendo feitas obras que “fugiram ao escopo do que foi autorizado pelo Iphan, com indícios de danos sobre técnicas construtivas tradicionais, detalhes arquitetônicos e elementos artísticos”.

 

O padre Miguel Fiorillo disse que o Iphan não foi impedido de entrar na igreja, mas que a visita ocorreu no dia seguinte à festa do Jubileu de Nossa Senhora da Boa Viagem, e não havia nenhuma pessoa preparada para receber a equipe do Iphan. Ele acompanhou as equipes do Iphan e da PF na vistoria de ontem.

Em nota publicada no Instagram após o desabamento do forro, a Prefeitura de Itabirito disse que a atuação municipal visa cumprir as orientações do Iphan. Leia na íntegra:


"A Prefeitura de Itabirito, por meio da Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo, esclarece que a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan desde 1955.

Isso posto, as medidas de proteção ao monumento são orientadas pelas normas do órgão federal, responsável pelo embargo. A atuação da fiscalização municipal visa, estritamente, ao cumprimento do escopo de preservação, por solicitação do Iphan".

*Estagiárias sob supervisão do subeditor Thiago Prata


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)