A Polícia Militar divulgou um áudio que seria a denúncia anônima feita por um morador do Bairro Nova Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, onde o jovem Pedro Henrique Costa, de 15 anos, foi morto a tiros por policiais, na noite de sexta-feira (19/8).
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Com a denúncia, os policiais foram até o beco e montaram uma operação para cercar o local. Segundo os agentes, o adolescente apontou uma arma para os militares que atiraram.
O jovem chegou a ser encaminhado para o Hospital do Pronto Socorro João XXIII, mas acabou morrendo.
Segundo os moradores do bairro, os agentes confundiram um celular com uma arma e denunciaram intimidação por parte da Polícia Militar. De acordo com a comunidade, os policiais foram truculentos e não deixaram nem mesmo os familiares se aproximarem do corpo.
“Não tivemos nem direito de socorrer ele com dignidade. Jogaram ele como bicho dentro da viatura”, afirmou um parente de Pedro.
A comunidade ainda afirmou que houve manipulação da cena do crime e que os militares atiraram nove vezes contra Pedro, mas que recolheram as cápsulas antes da chegada da perícia.
Pessoas que conheciam o jovem relatam que Pedro era um menino carinhoso, inteligente e educado. Que gostava de brincar na rua e costumava jogar futebol com os amigos em um campo, perto do local onde foi morto.
Os conhecidos de Pedro negaram que ele estivesse armado e afirmaram que o jovem nunca se envolveu com o tráfico de drogas. “Infelizmente, eles não querem saber quem é bandido e quem é inocente. Eles nem deram chances. Já chegam atirando”.
Os militares envolvidos no caso foram detidos na sede do 5º Batalhão da Polícia Militar, mas liberados na manhã de sábado (20/8). A Corregedoria da corporação acompanha o caso.
Outro caso
Há pouco menos de um mês, outro caso de violência policial chamou atenção no Estado. Na ocorrência, um policial militar atirou em um homem de 29 anos, que supostamente seria chefe do tráfico de drogas, na Vila Barraginha, em Contagem.
O homem baleado foi identificado como Marcos Vinícius Vieira Couto. Em coletiva de imprensa, a PM afirmou que Marcos teria reagido a uma abordagem, tentando pegar a arma do policial. Entretanto, a família tem uma outra versão dos fatos, dizendo que ele colaborou durante a abordagem.