Os metroviáros de Belo Horizonte pode entrar em greve a partir da OOh desta quinta-feira (25). Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no fim da tarde dessa segunda-feira, a categoria votou pela paralisação dos serviços, dependendo do julgamento do processo de desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que ocorre na quarta-feira (24), às 14h30, no Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo os metroviários, se nao houver nenhum pedido de vista na sessão, as atividades do transporte serão suspensas em Belo Horizonte. De acordo com o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindmetro), a possível privatização do metrô pode causar lesão ao contrato de trabalho e demissão em massa.
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Entre os pontos de negociação reinvindicados pelos metroviários está o tempo de estabilidade do contrato, que atualmente é de 12 meses, o acordo coletivo para os empregados de transferência para outra superintendência da CBTU, e as questões com relação ao pagamento do fundo de previdência particular dos funcionários.
A presidente do Sindmetro espera que as questões da categoria sejam levadas em conta durante o julgamento para que a paralisação do metrô de BH não seja necessária. "Na minha visão, eu acredito que os ministros do TCU terão bom senso no julgamento de quarta-feira (24). Quero acreditar que o parecer técnico foi emitido sem conhecimento das insatisfações, e que a greve não aconteça. Queremos sair com a questão dos empregados negociada na quarta”, disse.
Em nota, a CBTU informa que "teve conhecimento, pelas redes sociais, da decisão tomada pelos metroviários em Assembleia, de deflagração de greve a partir da próxima quinta-feira (25/08/22).
O motivo da decisão, segundo o Sindimetro, é o fato do processo de privatização da CBTU-MG ter entrado na pauta de plenário da próxima quarta-feira (24) no Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o Sindimetro, a greve acontecerá 'caso não haja nenhum pedido de vista na sessão do TCU'.
A Companhia informa que está tomando todas as medidas possíveis, a fim de garantir a manutenção do serviço de transporte sobre trilhos à população da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Acerca dos questionamentos formulados pelo Sindicato, a CBTU frisa, mais uma vez, que não possui respostas sobre o processo de desestatização, haja vista que as diretrizes e ações a respeito ainda estão internalizadas junto a CPPI (Conselho do Programa de Parceria de Investimentos), portanto, conduzidas pelo Ministério da Economia e do Desenvolvimento Regional. Assim, as demandas relativas ao processo devem ser endereçadas àqueles entes, para que haja informações concretas.”
*Estagiária sob supervisão da subeditora Jociane Morais