A Prefeitura de Belo Horizonte apresentou na Câmara Municipal, nesta terça-feira (23/8), um relatório sobre o desempenho do sistema de transporte coletivo na capital após o repasse das duas primeiras parcelas do subsídio às empresas do setor.
O primeiro repasse às empresas de transporte convencional, de R$ 90 milhões, foi feito em 11 de julho e se refere aos meses de abril, maio e junho. O segundo, no valor de R$ 17.750 milhões, foi pago em 8 de agosto e é referente ao mês de julho. Até março de 2023 serão pagos R$ 226.500 milhões para as concessionárias do transporte convencional.
destacou o processo de monitoramento e acompanhamento diário da operação, fiscalização, resultados e ações feitas até 11 de agosto.
O superintendente de Mobilidade Urbana, André Dantas,No dia seguinte ao primeiro repasse, as concessionárias deveriam aumentar o número de viagens em 15% em relação a março de 2022 (16.799). Em 26 de julho, foram registradas 21.708 viagens diárias. Um mês depois do primeiro repasse, o número saltou para 22.322. No mesmo período, o número de passageiros transportados passou de 913 mil para 984 mil.
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Ampliação do quadro de horário
O relatório mostra que 97% das linhas tiveram quadro de horários ampliados em dias úteis. Os outros 3%, segundo ele, já cumpriam os requisitos. Aos sábados, houve 95% de aumento e aos domingos a alta foi de 98%.
O superintendente destaca que o acréscimo no horário de pico é o grande gargalo.
Contribuições de passageiros
Nos canais de comunicação criados pela PBH para reclamações e contribuições foram registrados picos nos primeiros dias de funcionamento.
Em 13 de julho foram registradas 674 contribuições. O maior número de reclamações é em relação ao descumprimento do quadro de horários. Em seguida, está a superlotação dos veículos.
As linhas da Estação São Gabriel estão entre as que registram maior número de reclamações. Dantas ressalta que algumas medidas estão sendo adotadas para tentar solucionar problemas, como redução de filas nas plataformas, por exemplo.
Até o momento, foram 7.713 mensagens enviadas para o número de WhatsApp. Segundo Dantas, todas foram encaminhadas e diversas demandas foram atendidas.
Ele afirma que os pontos do acordo estão sendo cumpridos até o momento.
Questionamentos dos vereadores
O vereador Gabriel Azevedo (sem partido) destacou que não existem mais ações judiciais de empresários de ônibus por aumento de passagens. O valor das passagens está congelado até março de 2023.
“Há descumprimento de viagens, mas temos acompanhado os motivos desses descumprimentos”, disse Dantas.
Os vereadores pediram o relatório desse problema específio e Azevedo avaliou: “Na média, as empresas estão cumprindo os pontos do acordo, mas precisamos ver quais linhas estão apresentando problemas”.
Os vereadores alegaram ainda que alguns funcionários de bares e restaurantes reclamam que as viagens no período noturno ainda estão deficitárias.
Ficou acordado que na próxima reunião essa questão será discutida. “Queremos entender o problema e resolver”, afirmou Dantas.
Por fim, os vereadores questionaram também se é possível saber quanto cada concessionária recebe e o superintendente explicou que sim. Os dados ficam disponíveis no portal da PBH.
Outra preocupação dos vereadores é com o fim do prazo para aumento das passagens, em março do ano que vem. Eles ressaltam que o subsídio é um plano emergencial, mas é preciso pensar em um novo modelo de contrato para 2023.
Superlotação
Tanto os representantes da PBH quanto os vereadores entendem que ônibus superlotados em horário de pico são o grande problema que precisa ser resolvido.
“A mobilidade recebeu um aporte de investimento, mas ao longo de décadas ela foi voltada para falta de investimento em transporte público”, afirmou Dantas. “Precisamos de soluções estruturantes”, completou.
Os vereadores questionaram alguns pontos do contrato vigente com as concessionárias eos representantes da PBH alegaram que a Procuradoria do Município responderá os questionamentos na próxima reunião.