O Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte, está com a capacidade ocupacional 51% acima do limite estipulado pela Justiça de Minas. Dos 1.100 detentos, 373 deverão ser transferidos para outras instituições em até cinco dias.
A medida está sendo tomada após o juiz Daniel Dourado Pacheco apontar, nessa terça-feira (24/8), uma série de irregularidades na instituição. Além da superlotação, o magistrado pontuou que a penitenciária apresenta instalações precárias, além de não oferecer serviços básicos como atendimento psicossocial, atendimento médico e odontológico, distribuição de material de higiene e de limpeza interna nos corredores e celas, tampouco sistema de combate a incêndio.
Leia Mais
Detento passa por cirurgia após engolir celularJustiça determina que Ceresp Gameleira volte a receber presosJustiça manda retirar outdoors com propaganda eleitoral em Itaú de Minas
A Sejusp reforçou que a unidade prisional possui atendimento médico, realizado em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, e conta com uma equipe de 15 profissionais de saúde: três enfermeiros, dois auxiliares de enfermagem, um nutricionista, seis assistentes sociais, um dentista e dois psicólogos.
- Ceresp/Gameleira é fechado por superlotação e outras irregularidades
Por questões de segurança, mais detalhes sobre o remanejamento dos detentos não serão informados.
Histórico
As irregularidades vem sendo denunciadas no Ceresp desde 2015. Além da superlotação, a Pastoral Carcerária Nacional chegou a denunciar déficit de policiais penais, insalubridade e violações de direitos humanos no Ceresp/Gameleira, posteriormente confirmadas por inspeção judicial.
Na época, o governo de Minas chegou a apresentar um plano de melhoria no complexo, incluindo a redução de presos de 808 para 727 em um ano, mas não cumpriu a proposta.