As cavalgadas que iram ser realizadas neste mês de agosto, nas cidades de Alpercata, Marilac e Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais, foram canceladas. A medida ocorreu depois do Ministério Público de Minas Gerais (MPMB), junto à Promotoria do Meio Ambiente, expedir recomendações para que eventos desse tipo não ocorressem, por causa do risco sanitário e do bem-estar animal.
A ação também contou com o apoio da Coordenadoria Estadial de Defesa dos Animais (Ceda). O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável por fiscalizar os eventos agropecuários, adotou providências para que as cavalgadas não fossem realizadas, o que foi garantido pela Polícia do Meio Ambiente.
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Zoológico de Belo Horizonte recebe oito novos animaisGrupo de defesa dos animais reclama de pônei usado para atrair clientesCanil acusado de maus-tratos a cães nega irregularidades com animaisDe acordo com o IMA, em função da concentração de animais de diferentes locais nos eventos deste tipo, o órgão define normas e promove medidas para evitar a possibilidade de transmissão e disseminação de doenças.
Além disso, ainda segundo o Instituto, vários procedimentos são exigidos para que os eventos agropecuários possam ser feitos, como o registro da empresa promotora no órgão fiscalizador e ter um médico veterinário.
Maus-tratos
Além da questão sanitária, Fernanda Braga denuncia que os animais que participam dos eventos são acometidos de maus-tratos e podem acabar mortos. “Alguns cavalos morrem após as cavalgadas, por excesso de esforço e abuso. Por isso, esses animais também correm risco de vida”, contou.
Ainda que seja eventos tradicionais, sobretudo no interior do estado mineiro, a diretora do Brasil Sem Tração Animal acredita que a população precisa refletir sobre os impactos desse tipo de atividade. “A tradição não está acima da Constituição Federal, nem mesmo das normais infra constitucionais que regem todo o coletivo”, pontua.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Jociane Morais