Jornal Estado de Minas

MUITA ÁGUA

BH usa 170 mil litros de água todos os dias para limpeza da cidade

Responsável pela manutenção higiênica das vias públicas de Belo Horizonte, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), para realizar o serviço, utiliza diariamente cerca de 170 mil litros de água e 55 litros de cloro e sabão. A Região Centro-Sul da capital, concentra a maior demanda da “lavação”, por lá todo dia são usados 120 mil litros de água (70%) na limpeza.





No entanto, existem alguns critérios que fazem a SLU acionar o serviço, sendo que os principais são os impactos da chuva, como alagamentos, eventos de grande aglomeração de pessoas, como o carnaval, e uma limpeza rotineira em áreas de maior fluxo, que são geralmente áreas comerciais, e por isso a lavação é mais intensa no Hipercentro.

“São critérios técnicos definidos por meio da análise das gerências regionais responsáveis por cada território. Em uma área com um maior fluxo de pessoas, possivelmente teremos uma geração de resíduos que impacta a via pública e demanda o serviço de lavação”, explica a chefe do Departamento de Limpeza Urbana da SLU, Erika Santos Resende.

O serviço também é feito em três turnos, todos os dias, inclusive em feriados. A maioria dos pontos são lavados pela manhã, de 8h às 14h, e também à tarde e à noite, quando o fluxo de pessoas nas ruas é menor.




Cuidados com o desperdício

Cotidianamente, os pontos de Belo Horizonte que mais demandam a lavação com água e sabão são as Escadarias do Viaduto Santa Tereza, próximo à Serraria Souza Pinto, e em seguida vem as Ruas do Acre e Rua 21 de abril, onde são gastos aproximadamente mil litros de água e 3 litros e meio de cloro e sabão por dia. Para pontos tão específicos, os números podem assustar, mas a SLU mantém uma preocupação com o desperdício.

Trabalhando com o conceito de pegada hídrica, o consumo da água não se dá apenas na avaliação do volume gasto, mas sim como esse consumo agrega. Assim, ao utilizar os recursos o volume gasto está sempre associado a um benefício que traz para a população.

“Nós temos dentro do processo de lavação das vias públicas, uma importância de saúde extremamente relevante, que é a manutenção das condições de higiene e salubridade da nossa cidade. Para não ter nenhum desperdício, as ações são criteriosas, mas temos tranquilidade, pois é um serviço de extrema necessidade”, Erika ressalta.




Saúde Pública e Bem-estar


O serviço é feito em três turnos, todos os dias, inclusive em feriados (foto: SLU/Divulgação)

A limpeza das vias com água e sabão, além de manter a cidade higienizada, também é essencial para a saúde pública e para o bem-estar. Através do serviço, é possível evitar o aparecimento de doenças, diminuir o odor das ruas, além de contribuir para uma melhora do aspecto visual da cidade.

Para restaurar as boas condições de higiene da capital, todos esses pontos também são analisados pela SLU na hora de selecionar os locais que demandam a lavação. Porém, situações excepcionais também são observadas pela superintendência.

Durante os momentos mais críticos da pandemia de COVID-19, a SLU firmou uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, para que o entorno de hospitais e postos de saúde recebessem o serviço. Sendo o momento de uma demanda muito grande para a limpeza urbana.




Ajuda da população

Trabalhando com o conceito de pegada hídrica, SLU mantém preocupação com o desperdício (foto: SLU/Divulgação)

Para minimizar a necessidade da lavação das vias públicas, é necessário a contribuição da população. É preciso o entendimento que cada resíduo é diferente por natureza e merece uma destinação diferente. Na coleta de lixo domiciliar, por exemplo, apenas esse tipo de resíduo deve ser direcionado.

Em julho, uma reportagem do Estado de Minas, constatou que, em média, cerca de meia tonelada de lixo são retirados da Rua Sapucaí por dia, um dos pontos mais frequentados pela juventude de Belo Horizonte. Por lá, cerca de 60 mil litros de água e 30 litros de produtos de limpeza são usados para limpar os resíduos do fim de semana, quando o fluxo é extremamente intenso.

“É preciso zelo com as vias públicas, o cuidado. A via pública é de todos nós, portanto, todos precisam cuidar dela, é um olhar de conscientização. Não é na via pública que devemos destinar nossos resíduos, eles devem ser destinados para os serviços de limpeza urbana adequados”, completa Erika Santos Resende. 
 
*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira