Jornal Estado de Minas

SEGURANÇA

Número de jovens que cometeram delitos em BH teve queda; entenda

O número de adolescentes encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional, de Belo Horizonte (CIA-BH) em 2021 caiu em comparação ao ano anterior. Conforme dados divulgados pela pasta nesta sexta-feira (26/8), 2.102 jovens foram encaminhados como suspeito de atos infracionais, pela primeira vez. Em 2020, foram 2.680.






Somando mais da metade do total dos atos, o tráfico de drogas lidera a incidência das ocorrências, com 1.336 registros, seguido pelo uso de drogas, com 288, e furto, com 271. Segundo o juiz da Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Afrânio Nardy, os adolescentes que se envolvem nos atos infracionais possuem entre 16 e 17 anos e já estão em idade escolar, o que aponta que o "peso" da evasão escolar nos dados.


No caso do tráfico, o magistrado explica que as ocorrências envolvem vigilância, transporte, armazenamento ou entrega das substâncias ilícitas ao usuário. "Esses adolescentes são recurtados e submetidos as mais diversas formas de exploração e acabam se colocam na linha de frente da chamada guerra as drogas", afirma Nardy.

Letalidade

O levantamento do CIA-BH traz pela primeira vez os dados em relação a morte de jovens e adolescentes. Segundo o documento, em 2020, 214 jovens morreram. Destes, 92 tiveram passagem pelo centro integerado.


Os dados apontam que 59% das causas de morte foram regustradas como "causa ignorada" e 41% como homicídio. O grande número de casos sem solução mostra para o CIA a necessidade de "aprofundamento e qualificação" das informações sobre as circunstâncias que resultaram nas mortes.