Durante o ato, adultos, estudantes e membros do Conselho Tutelar e dos Centros de Referência de Assistência Social do bairro discursaram sobre a importância de conscientizar as pessoas sobre o Disque 100 - canal de denúncias gratuito e sigiloso - da Polícia Civil.
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Marcella Oliveira, estudante de 15 anos (9° ano) que acompanhou o ato, disse: “precisamos conscientizar as pessoas, porque infelizmente é algo muito recorrente. Muitas crianças e adolescentes são abusadas hoje em dia. Eu fui para conscientizar as pessoas a escutarem crianças e adolescentes, quando reclamarem de algum abuso e ajudar a denunciar”.
A estudante contou, ainda, que durante sua vida escolar recebeu orientações, principalmente quando era mais nova, ressaltando a importância da educação nesse processo. “Todas as escolas que eu estudei sempre abordaram onde que pode tocar e onde que não pode, explicaram a diferença entre abuso e estupro. E falavam também que qualquer coisa que aconteça, a escola estará lá para te apoiar. Devemos denunciar”.
Marcella explicou que o caso da menina Bárbara Vitória assustou muito o bairro, mas escancarou uma situação que merece atenção. “Todo mundo estava engajado no protesto, porque a comunidade resolveu parar pra ler o panfleto que a gente entregava, sabe? Eles sentiram muito a perda da Bárbara, foi muito triste”.
Participaram do ato integrantes do Cras Mantiqueira, Creas Venda Nova, Centro Pop Miguilim, Fórum de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes de Minas Gerais (FEVCAMG), Escola Municipal Pedro Guerra, Escola Estadual Juscelino Kubitschek, Centro de Saúde Paraúna, Conselho Tutelar Venda Nova e Sesc/MG.
Evanilde Santos Albino, coordenadora do Creas Venda Nova, contou à reportagem que as campanhas de conscientização já são feitas há algum tempo no bairro, e foram intensificadas devido à perda de Bárbara Vitória.
Escola no processo de conscientização
Durante o ato, foram feitos alguns discursos em que professores abordaram a importância da escola no processo, bem como a necessidade de conscientizar os profissionais sobre os sinais de abusos que crianças e adolescentes podem demonstrar.
A professora da Escola Municipal Professor Pedro Guerra, Conceição Aparecida Silva, explica que as escolas do bairro sempre foram muito integradas com a comunidade nessa questão.
“Estamos sempre em busca de nos unir com a comunidade, e trazer a preocupação de observar as crianças. Temos enfrentado na pandemia uma quantidade muito grande de estudantes com crises de ansiedade, muito abalados do ponto de vista psicológico”.
Ela ressaltou, também, a importância de capacitar os profissionais para entender sinais de abuso nas crianças. “Cada vez mais vemos casos como esse, é um retrocesso da sociedade. A violência tem se intensificado muito, então as instituições têm que investir e fortalecer essa relação de apoio. O estado tem que cuidar desses locais também. A escola é um lugar seguro, e quanto mais preparado o professor estiver para identificar esses sinais, melhoramos nossos atos de proteção", conclui.
*estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira