A metereologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Anete Fernandes ressalta que sensação abaixo de zero é momentânea, com duração de poucas horas. Além disso, foi detectada na parte mais alta da cidade - onde a pressão atmosférica é menor e, portanto, faz mais frio. O local também é caracterizado por ventos mais intensos.
Mas, afinal, como os meteorologistas calculam a sensação térmica, ou seja, a maneira como nossos sentidos percebem a temperatura?
Atmosfera e corpo humano
Anete Fernandes explica que o cálculo da sensação térmica pode variar de acordo com cada serviço meteorológico. O Inmet utiliza o Índice Termoclimático Universal - UTCI (do inglês Universal Thermal Climate Index), criado pela Organização Mundial da Metereologia (OMM).
O indicador combina variáveis clássicas como temperatura, vento e umidade do ar com fatores metabólicos do corpo humano, como a termorregulação - isto é, nossa capacidade de manter a temperatura do organismo constantemente em 36,5 ºC - , além das vestimentas.
Conforto térmico
A teoria da sensação térmica foi desenvolvida após a Revolução Industrial, quando o corpo humano passou a ser exposto a temperaturas extremas nas fábricas, muitas vezes insalubres, que não eram naturais. O frio e o calor afetam o bem-estar físico e mental das pessoas, inclusive em ambientes de trabalho ou estudo. “O conforto térmico tem a ver com a satisfação do ser humano com o ambiente térmico onde ele está. A condição da mente também varia”, esclarece Morgana Almeida, outra servidora do Inmet.
A ambientação e a climatização de uma pessoa com um certo clima também interferem na sensação térmica “individual”. Morgana lembra que os habitantes do Sul do Brasil, por exemplo, normalmente são mais ambientados ao frio que a população do Norte ou do Nordeste. “Isso tudo entra no pacote de quão desconfortável vai ser o ambiente.”, comenta.