Moradores do Aglomerado Cabana do Pai Tomás, na Região Oeste de Belo Horizonte, realizaram um protesto, na noite desta terça-feira (30/8). Eles afirmam que um homem de 37 anos foi executado em um beco pela Polícia Militar durante uma operação policial nesta manhã.
De acordo com a corporação, os militares dispararam após a vítima atirar contra a guarnição policial – informação que é negada pela família da vítima.
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Os manifestantes também atearam fogo em pneus, bloqueando os dois sentidos da via. Logo, o Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 18h para debelar as chamas. Não houve vítimas, conforme a corporação.
Segundo a BHTrans, o trânsito ficou retido no trecho por volta das 18h55 e só começou a ser liberado a partir das 20h.
Conforme mostrou o Estado de Minas, a porta-voz da PM, major Layla Brunnella, explicou, em entrevista coletiva, que a operação começou após denúncia anônima, informando que cinco homens armados estavam vendendo drogas próximo à Rua Sete de Setembro. Assim que viram os policiais, os suspeitos teriam disparado e fugido do local.
Os militares teriam visto que o homem entrou em uma casa que, conforme a PM, era usada pelo tráfico. Dentro da residência, o suspeito teria, então, apontado um revólver calibre 38 para os policiais, que dispararam e acertaram a vítima no peito. Após a ação, ele foi encaminhado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Outros quatro homens que também estavam no ponto de tráfico denunciado conseguiram fugir e, até o fechamento da reportagem, não haviam sido localizados.
Passagens pela polícia e mandado em aberto
Ainda de acordo com a Polícia Militar, a vítima tinha passagens por tráfico, homicídio e lesão corporal grave. Ele ainda teria um mandado para cumprimento de pena por homicídio em aberto. Com o homem foram encontrados R$ 509 em dinheiro, um rádio comunicador, 179 buchas de maconha, uma arma calibre 38 e quatro munições - sendo duas já usadas.
O policial envolvido nos disparos está à disposição da corregedoria da PM para que as medidas necessárias sejam tomadas. A Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar os fatos.
O que diz a família
Em entrevista ao Estado de Minas, a irmã do rapaz, Rosileia da Silva, de 38 anos, negou que ele estivesse portando arma de fogo. “Meu irmão foi morto de maneira covarde. Ele não estava armado”, afirmou.
No entanto, Rosileia admitiu que o irmão tinha passagem por tráfico, mas já havia sido preso, julgado e cumprido a pena pelo crime estipulada pela Justiça. Ela afirmou que ele estava trabalhando em uma lanchonete da região.
“Ele trabalhava, não tinha mais envolvimento com o tráfico. Ele ficou preso por sete anos, pagou pelos seus erros. Nós ficamos sabendo que ele estava na casa de uma amiga, e, quando abriu o portão, o policial atirou nele”, explicou.