Depois de 30 dias, a campanha “Santa Causa”, que busca arrecadar dinheiro para reformar o Centro de Terapia Intensivo (CTI) do Hospital Santa Casa, localizado na Região Hospitalar de Belo Horizonte, alcançou menos de 30% da meta esperada. Para conseguir reativar os 50 leitos perdidos no incêndio, serão necessários R$ 5,4 milhões. O prazo das doações está previsto para encerrar em 15 dias.
Segundo a Santa Casa BH, com os leitos de CTI do 10º andar desativados, mais de 200 pacientes estão deixando de ser atendidos por mês. O incêndio, deflagrado no final do mês de junho, causou diversas perdas, como equipamentos, cabeamentos elétricos, objetos mobiliários, além da própria estrutura.
fazer obras que forem prioridade para o CTI voltar a funcionar. Porém, com R$ 5,4 milhões a ideia era entregar uma ala ainda melhor, com climatização, outros equipamentos e mobiliários que não havia anteriormente.
Até o momento, o hospital público só arrecadou pouco mais de R$ 1,5 milhão. A Santa Casa BH informou que, caso não consiga atingir a meta, o valor arrecado será utilizado para O investimento será destinado a três áreas, sendo que R$ 455 mil serão dedicados à obra de recuperação e vitalização, R$ 722,3 mil serão para o sistema de climatização e R$ 4,2 mil para equipamentos e mobiliário.
Dinheiro do Ministério da Saúde
No dia 1 de julho, quatro dias depois do incêndio, o atual ministro da saúde, Marcelo Queiroga, visitou a Santa Casa BH e anunciou a liberação de R$ 10 milhões para reforma do CTI. Porém, segundo o hospital da capital mineira, existe uma burocracia para aprovação do Governo Federal, o que pode demorar entre 12 e 18 meses. Além disso, “o dinheiro só poderá ser utilizado na aquisição e substituição de equipamentos”.
“Existe uma plataforma, onde estão cadastrados os equipamentos e os R$ 10 milhões foram liberados para adquiri-los. Assim, a Santa Casa BH entra nessa plataforma e faz o pregão para a aquisição deles. Esse processo todo pode demorar até dois anos, ou seja, em 2024 o recuso estará liberado. Como já tem os valores pré-definidos, com a inflação, pode ser que nem conseguiremos alguns equipamentos”, afirmou a Assessoria da Santa Casa BH ao Estado de Minas.
Como o hospital prevê uma série de melhorias, como a climatização do CTI e a aquisição de equipamentos que não estão previstos na lista que o Ministério da Saúde liberou, a campanha de financiamento coletivo “representa uma solução imediata” para a liberação dos 50 leitos, segundo a instituição.
“A reabertura do CTI exige pressa, por isso estamos lançando essa ação, com o apoio solidário do Minas Tênis Clube e do Conselho Regional de Administração de Minas Gerais. A verba do Ministério da Saúde será extremamente bem-vinda e servirá para cobrir parte dos investimentos necessários em equipamentos do hospital”, disse Roberto Otto, provedor da Santa Casa BH
Como ajudar?
A campanha “Santa Causa” pode ser acessada pela plataforma Benfeitoria. Além de doar pelo site, com valor mínimo de R$ 10, os interessados poderão também ajudar, com qualquer quantia, por meio do PIX, no comando “Doar por PIX rápido”.
Para fazer a doação pela plataforma, basta clicar no “Apoiar”. Depois, basta selecionar ou digitar o valor pretendido e adicionar algumas informações pessoais. A forma de pagamento poderá ser boleto bancário, cartão de crédito ou PIX.
Conforme a Santa Casa, ainda será decidido, com a equipe da Benfeitoria, se o prazo da campanha será estendido e novas estratégias de divulgação.
Relembre o caso
O incêndio na Santa Casa BH assustou pacientes, acompanhantes e profissionais, na noite do dia 27 de junho. Conforme informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros (CBMG), as chamas teriam iniciado na saída de oxigênio do 10º andar do prédio, onde funciona o CTI.
Ao todo, 931 pacientes estavam no hospital público quando o incêndio alastrou, sendo que 50 deles estavam no andar que foi atigindo. Conforme João Costa, diretor jurídico, de governança e planejamento do hospital, 21 pacientes foram transferidos na ocasião para os hospitais João XVIII e São Lucas, e 29 foram remanejados dentro da Santa Casa. Três pacientes morreram.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Jociane Morais