A família de Saulo Romaens Silva Oliveira, de 34 anos, está há quase dois meses tentando trazer o corpo do mineiro da Argentina para o Brasil. O estudante de medicina morreu em em decorrência de um infarto fulminante, em 16 de julho, e desde sua morte, o país vizinho posterga a liberação do corpo. Os gastos da família para resolver o problema já passam dos R$50 mil.
Segundo os familiares de Saulo, o próprio governo argentino já liberou o corpo para ser cremado ou enterrado no país, mas não autoriza o traslado, sem nenhuma justificativa plausível. "Estamos travados na questão dos exames, que, segundo eles, são essenciais para que o corpo possa ser liberado", explica Erika Liertany Oliveira Gonçalves, 37 anos, irmã de Saulo.
Natural de Felixlândia, município na Região Central de Minas, o estudante morava há cerca de cinco anos em La Plata, província de Buenos Aires. No meio de agosto, Erika foi à Argentina para tentar agilizar a liberação do corpo, que seria feita até o dia 21 de julho, mas foi postergada para cerca de cinco dias depois.
"Fiquei na Argentina por 15 dias e nada. Agora eles alegaram que um novo exame (histopatológico) precisa ser feito", conta.
Diante do impasse, a família se vê em uma situação de impotência e cobra soluções das autoridades. "Não é porque ele faleceu, que deixou de ter direitos. Para eles é só um caso, para nós é meu irmão. É um filho", lamenta Erika.
A família também alega que o governo argentino negou acesso aos resultados da autópsia de Saulo. "É a pior notícia que eu já tive na minha vida. Uma angústia muito grande", complementa a mãe de Saulo, Delvania Maria Silva Oliveira, de 62.