A greve dos metroviários começou na última quinta-feira, 25 de agosto, um dia após o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizar a privatização do modal. A categoria afirma que a venda do sistema vai trazer prejuízos aos trabalhadores, além de um aumento na passagem paga pelos usuários.
Na sexta-feira (26) a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o metrô de BH, conseguiu uma liminar para que ele funcionasse com 60% da capacidade e com maior intervalo entre as viagens. Caso o Sindimetro não cumprisse a decisão, as multas diárias foram estipuladas em R$ 35 mil.
Sindimetro afirma que CBTU não está cumprindo acordo
Segundo o presidente do Sindimetro, Daniel Glória, os metroviários estão abertos a negociações. "Queremos dialogar para oferecer o melhor possível para os usuários e para os trabalhadores”.
Glória explica que a diretoria fez uma avaliação sobre essa primeira semana de greve e levantou algumas irregularidades por parte da CBTU. “O volume diário de viagens antes da greve era de 195 viagens/dia. Agora, a empresa está ofertando 162, quando o correto era ser 117, que representa 60% como foi acordado na liminar”.
Além disso, a empresa estava convocando funcionários que estavam em descanso semanal remunerado para trabalhar, sendo pagos com hora extra. “Na visão do sindicato, a convocação de serviço extraordinário para um sistema que está operando em escala mínima é incoerente”, disse o presidente, complementando que, para ele, essa atitude configura uma tentativa de minar o direito constitucional de greve.
A reportagem questionou a CBTU, que enviou a nota abaixo sobre as informações do Sindmetro:
“Em atendimento à Ordem Judicial, a CBTU está operando com o quantitativo máximo de 60% dos trens habitualmente praticados. Nos horários de pico, por exemplo, 20 trens prestavam serviço à população, mas com a greve, 12 metrôs estão rodando e não há trens acoplados.
Concomitante ao cumprimento da liminar, e certa do importante papel que exerce na mobilidade urbana da Cidade, a Companhia busca sempre a melhor estratégia operacional para atender aos usuários do transporte sobre trilhos da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Quanto à acusação sobre a convocação de funcionários, a CBTU afirma que os empregados estão trabalhando em suas escalas habituais e não houve convocação de pessoal durante à greve.”