A empresa de petiscos, investigada pela Polícia Civil (PCMG) depois da morte de sete cães — e internação de outros seis —, informou, na noite dessa quinta-feira (1/9), que, “por precaução”, retirou de circulação os lotes 3554 e 3775 do produto Bone Everyday. A Bassar Pet Food também alegou que está tomando providências “desde o dia que recebeu o primeiro relato de possível intoxicação”.
“Nunca passamos por situação semelhante antes. São mais de 5 anos de história que comprovam a confiança em nossos processos de fabricação. Prezamos pela qualidade dos produtos e pelo bem-estar e satisfação de nossos clientes”, afirmou em nota.
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A Bassar informou também que os produtos foram enviados para análise em laboratório externo e divulgará o resultado nos próximos dias.
Empresa nega uso de etilenoglicol em seus produtos
Além dos seis cães mortos, em Belo Horizonte, e um, na cidade de Piumhi, na Região Oeste de Minas, outros dois óbitos ocorreram em São Paulo, onde a polícia paulista investigará o caso.
“As tutoras procuraram a delegacia, mas foram orientadas a procurar a delegacia em São Paulo. Acabou de chegar a informação de que mais um cachorro morreu em Piumhi. A tutora comprou um petisco em uma loja de Belo Horizonte. O cachorro começou a passar mal, foi internado em BH. Não conseguiu fazer transfusão de sangue na capital, retornou para a cidade do interior de Minas e lá faleceu", disse a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo inquérito policial, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor.
Segundo a delegada, todos os petiscos levados até a delegacia foram levados para a perícia técnico-científico da Polícia Civil. “Aguardamos os laudos em relação aos petiscos. Em relação aos animais que foram encaminhados, pelas tutoras, para a Universidade Federal de Minas Gerais, temos um laudo preliminar sugerindo uma intoxicação desses bichinhos. Aguardamos os laudos dos cachorros”, informou.
O laudo de necrópsia feito pelo Hospital Veterinário da UFMG, apontou que o estado clínico que provocou à morte dos animais é ‘altamente sugestivo’ de intoxicação por etilenoglicol, substância proibida em alimentos e que foi encontrada na cerveja “Belohorizontina”, da Backer.
A Bassar afirmou, em nota, que nunca utilizou na fabricação dos produtos “a substância etilenoglicol, que está sendo apontada como possível intoxicante.”
“Utilizamos apenas o propilenoglicol, um aditivo alimentar presente em alimentos para humanos e animais em todo o mundo. Reforçamos que o propilenoglicol utilizado pela Bassar em seus produtos é adquirido de fornecedores qualificados e renomados, os quais não fornecem somente para Bassar e sim para inúmeras indústrias no ramo alimentar para humanos e animais”, ressaltou.
Caso segue em investigação
Segundo a delegada, tanto a loja quanto a fabricante dos petiscos estão prestando as informações necessárias para investigação. “Precisamos analisar os laudos para concluir se as mortes, internações e intoxicações vieram do consumo desses petiscos".
Até o momento, os animais afetados são cachorros de pequeno porte, das raças spitz alemão e yorkshire.
Não há previsão para resultado dos laudos. Caso tenha ligação entre as mortes e os petiscos, os responsáveis poderão responder pela venda de mercadoria imprópria para o consumo, com pena de dois a cinco anos e multa. (Com informações de Mariana Costa)