Jornal Estado de Minas

CAPITÃO DO MATO

Barragem próxima ao Miguelão é reforçada e evolui de nível de emergência

Após 3 anos de intervenções, mais uma barragem mineira que estava em risco ganha reforço e melhora de nível de estabilidade. A mineradora Vale informou que a Barragem Capitão do Mato, em Nova Lima, na Grande BH, passou do nível 2, onde obras emergenciais feitas não garantiram a solidez da estrutura, para o nível 1, que caracteriza barramentos que precisam de intervenções, segundo conceituação da Agência Nacional de Mineração (ANM).



A estrutura se localiza na Mina Capitão do Mato, que é parte do complexo de Vargem Grande, a cerca de 3 quilômetros do Condomínio Lagoa do Miguelão, às margens da BR-040, mas o escoamento do reservatório se dá no sentido oposto, para Rio Acima. Em 2019, 20 famílias foram removidas da Zona de Auto-Salvamento (ZAS) da Capitão do Mato.

A construção foi feita em etapa única e tem 38,31 metros de altura e retém 1,8 milhão de metros cúbicos de sedimentos, sendo a sua função de decantar esse material advindo a operação minerária para clarificar água e a deixar fluir limpa.

"A estrutura esteve preventivamente no nível 2 de emergência até a conclusão da análise técnica do histórico e obras de reforço na estrutura. Após constatação de melhorias de segurança nas condições atuais da barragem, nível de emergência foi reduzido para 1 na última terça-feira (30/08/22)", informa a Vale.



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"A ação foi comunicada aos órgãos competentes, conforme diretrizes estabelecidas no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e na legislação brasileira, incluindo a Agência Nacional de Mineração (ANM) e a auditoria técnica do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)", afirma a mineradora.

Barragem Capitão do Mato se situa entre a mina de mesmo nome a BR-040 e o condomínio Lagoa do Miguelão (foto: Reprodução/Google Maps)
Ainda de acordo com a Vale, a barragem Capitão do Mato passa por inspeções rotineiras de campo de equipes internas e externas e é monitorada permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) e por instrumentos, como piezômetros, estações robóticas e câmeras de vídeo.

Os moradores removidos ainda precisam esperar também o processo de desmanche (descaracterização) da Barragem de Vargem Grande para retornar, uma vez que a ZAS das duas estruturas é parcialmente sobreposta.

"A Vale segue empenhada no atendimento às melhores e mais rigorosas práticas internacionais de engenharia para gestão de suas barragens, com destaque para a adesão do Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM, em inglês), e com foco prioritário na segurança das pessoas e cuidados com o meio ambiente", disse a empresa.