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Estado de Minas RELEMBRE

Memória: morte de cães em BH por monoetilenoglicol reaviva caso Backer

Em 2020, dez pessoas morreram e 19 ficaram com sequelas após ingestão de cerveja contaminada com substância usada no processo de resfriamento da produção


02/09/2022 17:05 - atualizado 02/09/2022 18:30

Garrafas da cerveja Belorizontina, da Backer
Cerveja Belorizontina, da Backer, causou intoxicação em BH e deixou 10 mortos pela ingestão da bebida contaminada (foto: AFP / DOUGLAS MAGNO)
A perícia da Polícia Civil confirmou, nesta sexta-feira (2/9), que a substância tóxica encontrada em petiscos que causaram a morte de dez cachorros em Minas Gerais e São Paulo é a mesma que foi encontrada no caso da cervejaria Backer, o monoetilenoglicol. 

A contaminação nas cervejas da Backer se tornou de conhecimento público no começo de 2020, quando a Polícia Civil iniciou uma investigação sobre internação de pessoas após o consumo da cerveja Belorizontina, com sintomas de intoxicação. Ao todo, 10 pessoas morreram intoxicadas e 19 ficaram com sequelas após a contaminação. 
Quando ingerido, o composto químico pode provocar intoxicação com sintomas como insuficiência renal e problemas neurológicos, era utilizado para agilizar o processo de resfriamento da cerveja, mas não deveria ter contato direto com o líquido. 

Leia: Ingestão de um grama de dietilenoglicol por quilo pode ser letal

Segundo as investigações, a contaminação das cervejas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol ocorreu devido a um vazamento no tanque da fábrica. Em outubro daquele mesmo ano, 11 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público.

Leia: 
Caso Backer: depois de 926 dias, vítima de contaminação volta ao trabalho
Para o MP, os três sócios-proprietários da empresa assumiram o risco de produzir bebidas alcoólicas adulteradas ao adquirirem uma substância considerada imprópria na indústria alimentícia. Mais outros nove funcionários foram indiciados por fabricarem produtos sabendo que poderiam estar adulterados.
Suspensa desde 2020, a fábrica da cervejaria, que hoje se chama Três Lobos, obteve permissão para voltar a funcionar em abril deste ano. Enquanto isso, o processo ainda corre na Justiça, e os sobreviventes ainda aguardam pela indenização.

*Estagiário sob supervisão do editor João Renato Faria


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