A detecção do tóxico monoetilenoglicol em mais dois lotes de propilenoglicol – substância usada como umectante pela indústria de alimentos para animais – e a incerteza quanto à origem da contaminação levaram o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a ampliar o leque das investigações sobre a morte de mais de 50 cães relacionadas, por ora, ao consumo de petiscos da empresa Bassar Pet Food.
Outros fabricantes que usam o umectante terão que apresentar dados sobre a matéria-prima adquirida, assim como importadores do produto. De acordo com o Mapa, o rastreio da fonte tem sido difícil devido à mistura de lotes de compostos em diferentes estabelecimentos que não têm registro no órgão.
Outros fabricantes que usam o umectante terão que apresentar dados sobre a matéria-prima adquirida, assim como importadores do produto. De acordo com o Mapa, o rastreio da fonte tem sido difícil devido à mistura de lotes de compostos em diferentes estabelecimentos que não têm registro no órgão.
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O ministério também emitiu comunicado aos fabricantes de aditivos químicos que produzem ou importam o propilenoglicol. Conforme a pasta, as empresas devem se manifestar quanto à fabricação, importação ou compra de propilenoglicol em território nacional desde dezembro de 2021, com relação à identificação dos lotes, o quantitativo adquirido e suas origens.
Na quinta-feira, a empresa Tecnoclean Industrial Ltda, com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), apontada no dia anterior pelo órgão como a responsável por vender dois lotes de propilenoglicol contaminados à fabricante de comida animal Bassar, emitiu nota afirmando que apenas revendeu o produto e que não o produz. No documento, a empresa informou que o produto foi comprado de uma terceira fabricante, a A&D Química Comércio Eireli, de São Paulo, “que é importador e revendeu ao mercado nacional apenas como distribuidor”. A reportagem tentou contato com a empresa paulista apontada como a responsável pela importação do propilenoglicol, mas não obteve respostas.
O CASO
Cerca de 50 cães já morreram em várias cidades brasileiras após a ingestão de petiscos supostamente contaminados da empresa Bassar Pet Food. Em nota, a Polícia Civil afirmou que, até o momento, 15 cachorros morreram em Minas Gerais, sendo que 12 óbitos ocorreram em Belo Horizonte, um em Piumhi, na Região Centro-Oeste, e dois em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
No dia 2, perícia da Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que um dos produtos da empresa estava contaminado por monoetilenoglicol. A corporação ainda não informou o resultado dos demais testes ou qual produto testou positivo para o monoetilenoglicol.
RECALL
Em nota, na mesma data, a Bassar anunciou um recall de seus produtos. A fabricante solicitou aos consumidores que entreguem no local de venda os itens que já tenham adquirido anteriormente. A empresa confirmou o uso do propilenoglicol e informou que “investigações oficiais” ainda estão sendo feitas em todo o processo de produção e maquinários de sua planta fabril.
A princípio, dois produtos haviam sido identificados com suspeita de contaminação: o Every Day sabor fígado (lote 3.554) e o Dental Care (lote 3.467). Logo que teve conhecimento do caso, o Grupo Pet retirou dos pontos de venda as embalagens do petisco Snack Cuidado Oral Hálito Fresco. Entre os principais sintomas identificados nos relatos de intoxicação de cães estão convulsões, vômito, diarreia e prostração. O quadro tende a progredir rapidamente e levar à morte dos animais.