Após o fim do incêndio de três dias na Serra do Curral, cartão-postal de Belo Horizonte, a Polícia Civil de Minas Gerais assumiu a investigação sobre a causa das chamas. O Inquérito Policial já foi instaurado e vai tramitar na Delegacia de Nova Lima. Apesar do sigilo inicial, questionamentos rondam um terreno da Tamisa.
Com o início das investigações, a Polícia Civil informou apenas que foram tomadas as “providências iniciais de polícia judiciária, com levantamentos e procedimento para apurar as causas e as circunstâncias do incêndio”. Nenhuma informação adicional pode ser divulgada no momento.Porém, o local onde começou o incêndio, e uma informação divulgada pela Taquaril Mineração S/A (Tamisa) durante as ações de combate às chamas, são pistas importantes.
As chamas começaram na Fazenda Ana da Cruz, conhecida como Cubango, área de posse da Tamisa. A empresa é responsável pelo projeto de mineração que está avançando na Serra do Curral, e informou que a área, chamada “Córrego da Fazenda”, será uma área de preservação dentro do projeto.
Quando o incêndio ainda estava ocorrendo, a Tamisa afirmou que se tratava de “um incêndio criminoso causado por pessoas que acessam a área sem autorização”.
Procurada pela reportagem, a empresa esclareceu que diversas pessoas passam pela propriedade todos os dias, ainda que sem permissão. Esse uso do espaço pode causar incêndios ainda que não intencionais, como ao apagar um cigarro. Nesses casos, mesmo não intencionais, o incêndio é criminoso por ocorrer após invasão de uma propriedade.
Ambientalistas indicaram que a rapidez com que as chamas se alastraram, e sua extensão, indicam ação humana com técnicas apropriadas de provocar incêndios.