Os bandidos que assaltaram a loja de celulares iPlace, localizada no Shopping Estação BH, no Bairro Vila Clóris, Região Norte da capital mineira, na manhã desta terça-feira (20/9), agiram de forma discreta, segundo lojistas do local.
De acordo com alguns vendedores de quiosques próximos à iPlace, a ação dos bandidos só foi percebida no momento da fuga, quando os seguranças do shopping, após serem avisados pelo alarme da loja, perseguiram os assaltantes.
Segundo informações da PM, os suspeitos queriam levar aparelhos celulares, mas não conseguiram. Eles fugiram com uma caixa de som avaliada em R$ 3 mil.
Dois dos assaltantes foram presos no Bairro Jardim Leblon, em Venda Nova. Já o terceiro autor fugiu num Fiat Uno vermelho. Não houve feridos.
Paulo César, vendedor de um dos quiosques localizados no corredor onde está instalada a iPlace há 5 anos, descreveu o contexto: “Foi uma ação discreta. Só deu para perceber porque os seguranças saíram correndo, só por isso. Não soou nenhum alarme, pois o alarme que tem aqui nas lojas não tocam para todo mundo ouvir, eles soam diretamente na central”, informou.
Segundo o funcionário que atua no centro de compras, foi a primeira vez que ele viu uma ação criminosa do tipo no Shopping Estação. “Aqui é a primeira vez que acontece de a pessoa sair correndo e a gente ficar sabendo que é assalto. Nem percebemos nada quando eles entraram, só quando saíram correndo e os seguranças foram atrás”, contou.
Perguntado se a situação gera temor nos lojistas, Paulo afirmou que é um susto momentâneo, mas que há confiança no trabalho da segurança do shopping. “A gente fica preocupado no momento, mas depois que passou segue a vida normal. Os seguranças estão aí e ajudam em tudo que a gente precisa. Eles não andam armados, acho que isso é lei, mas por outro lado é até bom, porque se eles ficam armados e o assaltante também, pode até dar um tiroteio, balas perdidas. No mais estou tranquilo.”
Vendedoras de um outro quiosque próximo afirmaram que ficaram assustadas no momento, mas que a situação se normalizou em seguida. Elas também frisaram que nunca havia acontecido algo parecido dentro do shopping.
O Shopping Estação BH informou que está colaborando com as autoridades para investigação do caso.
Assalto no BH Shopping em maio: ninguém preso
No último dia 8 de maio, assaltantes entraram armados na joalheria Manoel Bernardes do BH Shopping, localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
De acordo com a major Layla Brunella, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, a quadrilha levou 13 relógios da marca Rolex, com preços estimados entre R$ 40 mil e R$ 300 mil, além de joias.
Outros três integrantes do bando estavam esperando no estacionamento do shopping com dois veículos. Para viabilizar a fuga, eles renderam um segurança, que foi levado como refém. Segundo a polícia, nove pessoas teriam participado do assalto.
Ainda no estacionamento, os criminosos efetuaram dois disparos de arma de fogo contra um segundo segurança, mas ele não foi atingido.
O refém e os veículos – um Hyundai Creta e um Hyundai HB20, ambos fruto de roubo (com placas clonadas) – foram abandonados em uma rua próxima ao shopping, onde houve tentativa de incendiá-los para eliminar provas.
A quadrilha foi resgatada por outros dois indivíduos em novos veículos, sendo que um deles seria um Chevrolet Onix vermelho.
No shopping, a Polícia Militar impediu que clientes e funcionários saíssem, para que o estabelecimento fosse vasculhado. A Polícia Militar ainda montou cercos para tentar capturar a quadrilha nas divisas do estado, mas até hoje, segundo o Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (DEPATRI), ninguém foi preso.
Tecnologia que evita crimes
Os casos de violência em shoppings ainda são em número considerado sob controle. Diretor institucional da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP), Luis Augusto Ildefonso afirma que a segurança dos shoppings é de responsabilidade dos próprios centros de compras. “São empreendimentos que prezam por segurança, possuem aparatos tecnológicos de ponta e por isso não interferimos na atuação destes”, avaliou.
Segundo ele, apesar de casos como o do Shopping Estação BH serem registrados, muitos outros são evitados graças a ações preventivas dos locais. “A ALSHOP toma ciência, mas não interfere nas ações do shopping. Falamos com autoridades para agirem em cooperação com eles, mas não atuamos diretamente. Além disso, os sistemas de segurança de cada um deles são totalmente sigilosos. Muitas situações deixam de acontecer por ações preventivas da segurança destes locais”, concluiu.