Mesmo com o imóvel vistoriado e parcialmente liberado pela Defesa Civil, o medo de desmoronamento ainda ronda uma das vizinhas do prédio que desabou nesta quarta-feira (21/9) no Bairro Planalto, Região Norte de Belo Horizonte. “Não tem condições de manter os atendimentos”, disse a maquiadora Priscila Souto, de 38 anos, que tem um salão de beleza por lá.
Segundo ela, dois cômodos do imóvel podem ser usados, conforme orientação dos vistoriadores. Porém, a mulher teme que a edificação venha ao chão e, por isso, interrompeu os atendimentos no local.
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Conforme a sócia do empreendimento, ela soube do ocorrido por outra colega de trabalho. “Estamos aqui desde o final do ano passado. Logo pela manhã, a responsável pela locação foi comunicada sobre o que havia ocorrido. Viemos aqui para tentar salvar alguns materiais que ainda podem ser utilizados em atendimento, o resto ficará aí”, explicou.
Ela também diz que nunca percebeu nada de estranho na construção. “Aqui é uma rua muito tranquila, nunca tivemos problema algum. Sempre vimos as pessoas trabalhando normalmente no local, para a gente sempre foi uma obra como qualquer outra. Nunca ouvimos nenhum barulho, nem nada demais”, contou.
Entenda
O prédio do número 51 desabou em cima de uma casa, número 41, da Rua Professor Gentil Sales, no Planalto. Vizinhos do local acionaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros por volta das 5h de hoje. Duas famílias moravam na edificação, mas somente a da cobertura estava no local quando o problema ocorreu.
Lourdes Pereira Leite, de 73 anos, faleceu no local. Já o marido, Francisco Vieira Leite, de 73 anos, e as filhas, Françoise Pereira Leite e Alessandra Leite, de 40 e 45 anos, respectivamente, foram socorridos com vida.
A casa que foi atingida, por sua vez, estava vazia. Ainda não foi revelado a causa do desabamento. A BHTrans interditou ruas próximas e a Polícia Militar isolou o local.
Além disso, a Polícia Civil foi acionada para fazer os trabalhos de praxe e a Cemig trabalhou para desenergizar a rede elétrica.