O prédio que desabou no bairro Planalto, região Norte de Belo Horizonte, caiu sobre a casa da família Cunha, que 'por um milagre' não estava no local na madrugada dessa quarta-feira (21/9).
Sueli, Rafael e o filho, também chamado Rafael, estavam viajando e ficaram sabendo do desabamento por meio das ligações dos vizinhos. "Eu e minha esposa estávamos no interior de Minas, na casa de parentes. Meu amigo me ligou às 5 da manhã e disse que o prédio caiu. Até achei que fosse brincadeira dele, porque uma notícia dessa é difícil de acreditar", conta o pai, Rafael Emílio Cunha.
"Aí, eu perguntei sobre a casa e ele disse 'acabou a casa'. Tentei ficar firme, só aceitei, já que não tinha mais o que fazer", continua.
A mãe, Sueli de Abreu Cunha, relata ter ficado muito chateada com a notícia, mas ao saber que o filho também não estava em casa, ela sentiu alívio. "Meu filho trabalha por escala e ia sair na quarta-feira. Ele resolveu viajar na terça para descansar antes do serviço. Olha que milagre!", conta impressionada.
"Foi um livramento, foi Deus. Agradeço por estarmos vivos, pois meu marido até sugeriu de voltarmos para casa antes, mas eu disse que não. Só estaria em BH na quarta-feira", diz.
O filho do casal, Rafael Cunha, viajou para o Rio de Janeiro na terça-feira (20/9) e também foi avisado do desabamento por ligação dos vizinhos. Ele voltou para BH assim que soube da situação e está com os pais.
Com a casa completamente interditada, a família passará os próximos dias com um parente, mas já estão à procura de um local para alugar. O imóvel atingido é deles e um advogado já está cuidando do caso.
Solidariedade dos vizinhos
Ilma Cristina Pereira é vizinha da família e diz ter entrado em desespero quando viu o prédio caído. "Já saí de casa chorando. Achei que eles estavam lá dentro também, olhei pra casa e desabei. Não me lembro bem, só sei que minhas pernas ficaram bambas", conta.
Na tarde desta quinta-feira (22/9), alguns moradores do bairro acompanharam a ação dos bombeiros na busca por três gatos que moravam no prédio, e o clima era de empatia com as vítimas.
"Estamos preocupados com a família, é muita dor", disse uma moradora.
Telma Araújo, dona de um salão de beleza próximo à casa, conta que o dia foi desgastante, mas passado o susto, ficou uma enorme tristeza. "Agora estou triste pela situação deles que perderam tudo. Além da vida da Lourdes, perderam tudo que tinham mesmo", finaliza.