A empresa paulista de macarrão oriental Keishi, que teria usado lotes de propilenoglicol contaminado com monoetilenoglicol, substância tóxica a humanos e animais, afirmou que, antes de ser notificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já havia vendido todos os produtos que teriam que ser recolhidos.
Nessa quinta-feira (23/9), o órgão informou que detectou na produção das massas o uso de propilenoglicol, mesma substância que pode ter causado as mortes de cães em todo território nacional.
Nessa quinta-feira (23/9), o órgão informou que detectou na produção das massas o uso de propilenoglicol, mesma substância que pode ter causado as mortes de cães em todo território nacional.
De acordo com nota enviada à imprensa, os lotes que poderiam estar comprometidos correspondem a pouco mais de 1% do total de produtos fabricados e vendidos pela empresa no período apontado pela Anvisa.
“A Keishi já entrou em contato com clientes, visando recolher e rastrear os produtos pertencentes a este lote. Como se trata de produtos fabricados há quase um mês, não houve estoque a recolher, e também não houve nenhum relato de danos à saúde do consumidor”, afirmou a fabricante.
Após suspeita de uso da substância contaminada, restaurantes de comida oriental suspenderam o uso da massa da Keishi em seus cardápios.
As massas são usadas em pratos das culturas japonesa e tailandesa, como lámen, guioza e udon. O Keito, tradicional restaurante de São Paulo, afirmou que utiliza produtos de outro fornecedor. O estabelecimento aparece em uma lista de supostos clientes da marca, que circula nas redes sociais.
As massas são usadas em pratos das culturas japonesa e tailandesa, como lámen, guioza e udon. O Keito, tradicional restaurante de São Paulo, afirmou que utiliza produtos de outro fornecedor. O estabelecimento aparece em uma lista de supostos clientes da marca, que circula nas redes sociais.
Site fora do ar
Logo após a publicação da resolução da Anvisa, o site da Keishi saiu do ar. A página informava que a empresa é fornecedora de dezenas de restaurantes japoneses, principalmente em São Paulo.
Ainda segundo a empresa, as atividades da fábrica não foram suspensas ou interditadas pela agência. “A Keishi continua operando normalmente, oferecendo a seus clientes/consumidores produtos de qualidade com a segurança que tem sido a marca registrada dos seus produtos”, finalizou.
Propilenoglicol
A substância encontrada nas massas foi fornecida pela Tecno Clean, empresa com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e que seria responsável por também distribuir o produto para empresas de petiscos para cães.
Ontem, sócios e funcionários da Tecnoclean foram ouvidos na Delegacia de Defesa do Consumidor, em Belo Horizonte. A empresa é acusada de vender propilenoglicol contaminado para a Bassar Pet Food – uma fabricante de petiscos caninos. A substância é suspeita de ter causado a morte de, pelo menos, 50 cachorros em todo o Brasil.
Indagada pelo Estado de Minas sobre as diligências na delegacia nessa quinta-feira, a Polícia Civil disse, em nota, que "as informações da investigação em curso serão divulgadas em momento oportuno, com o avanço dos trabalhos e/ou a conclusão do Inquérito Policial".
Porém, a "TV Globo" flagrou os donos da empresa, o responsável técnico e outras três funcionárias na delegacia nesta tarde. Segundo a emissora, eles foram intimados para esclarecer o envolvimento na comercialização de propilenoglicol.