Baleado na quinta-feira por um atirador de elite da Polícia Militar após manter reféns por 17 horas uma criança de 7 anos e um rapaz de 23, Leandro Pereira, de 39, teria usado uma réplica, e não uma arma real, para ameaçar as vítimas, segundo registro do boletim de ocorrência. Socorrido após ser alvejado, ele está em estado grave e, caso sobreviva, ficará paraplégico, informou ontem sua mãe, Márcia Antônia Mendes, de 61, em entrevista ao Estado de Minas.
Leandro está internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em BH. Segundo a mãe, ele segue em coma induzido, respira por aparelho e teve uma piora durante a manhã de ontem. O paciente estava sendo mantido sedado pela equipe médica, que conversou com a família à tarde e informou sobre os riscos que ele corre.
“Disseram que temos que esperar as primeiras 48 horas. Esses dois dias são fundamentais para saber se ele vai sobreviver ou não. E, mesmo se escapar, já falaram que ele vai ficar paraplégico”, informou a mãe. A bala que atingiu Leandro entrou pela região do nariz e saiu pelas costas. Apesar de nenhum órgão vital ter sido comprometido, o projétil lesionou a coluna cervical.
O homem não aceitava o fim do relacionamento com Andresa Wenia Pereira Mendes, de quem é primo, e fez o filho dela e um irmão de criação da mulher reféns desde as 17h de quarta-feira até as 10h de quinta. Eles estavam na casa da mãe da criança, no Bairro Parque São Pedro, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Porém, depois de balear o sequestrador e libertar as vítimas, a polícia constatou que a arma com que Leandro ameaçava matar os dois, supostamente um calibre 38, era “uma réplica preparada para simular um armamento real com características, peso e cor muito semelhantes”, segundo registro policial.
Para a mãe de Leandro, o relacionamento com Andresa era “uma tragédia anunciada”. “Eu nunca fui a favor desse casamento, porque sabia que uma tragédia poderia acontecer”, disse ao EM Márcia Antônia Mendes, acrescentando que a convivência dos dois foi conturbada desde o início, há quase sete anos.
Segundo Márcia, o envolvimento do filho com Andresa começou quando ela ainda morava com o ex-companheiro e pai da criança que foi feita refém. Por isso, a jovem teria sido expulsa de casa pelo então companheiro, segundo a sogra. Márcia reconhece que a ação do filho foi errada, mas destaca que sofre com a situação. “A gente não está querendo defender o lado do Leandro, não, ele estava errado. Em momento nenhum apoio o que ele fez, mas como mãe, ver ele em coma, e ouvir as coisas que tenho ouvido, é muito difícil”, declarou.