Uma médica encontrou uma cobra-coral dentro de uma encomenda que chegou por meio de uma transportadora na tarde de segunda-feira (26/9), em Oliveira, município localizado a 150 km de Belo Horizonte. Ao tentar cortar o lacre da embalagem com uma tesoura, Gilma de Fátima percebeu que a cobra estava no pacote.
As imagens foram compartilhadas nesta terça-feira (27/9) com o Estado de Minas. Gilma disse que o fato é horrível e que irá divulgar o máximo possível.
“As fotos não estão boas, eu estava nervosa e agitada”, explica a médica. É possível ver parte do corpo do réptil para fora da caixa marrom.
Nos tons de branco, preto e vermelho, que se assemelham ao de uma cobra-coral, o animal foi colocado dentro de um recipiente e logo em seguida foi solto.
Oferece perigo ou não?
Conforme o biólogo, doutor em zoologia e especialista em répteis, Henrique Costa, a cobra encontrada pela moradora do município de Oliveira não é perigosa.
“É uma falsa-coral e não oferece risco. Existem cerca de 40 espécies de corais-verdadeiras no Brasil e mais ou menos a mesma quantidade de corais-falsas. Como são muitas espécies, cada uma com características diferentes, a diferenciação geralmente não é simples” comenta Costa.
Segundo ele, no caso específico deste registro, a barriga branca da cobra denuncia que ela é falsa. “Nenhuma coral-verdadeira do Brasil tem barriga branca”, explica.
O que fazer
Para o biólogo, é de extrema importância entrar em contato com o órgão responsável, que pode ser Ibama, Polícia Ambiental, Zoonoses e Corpo de Bombeiros.
“Como o animal foi encontrado junto a um pacote enviado pelos Correios ou transportadora, o ideal é a identificação por um especialista para certificar qual a espécie e se ela ocorre naturalmente na região onde a encomenda foi recebida ou postada”, diz.
O especialista ainda ressalta que, por o Brasil ser um país muito grande, a soltura de uma determinada espécie em um local indevido poder gerar um desequilíbrio ambiental.
“E ainda tem o problema das espécies nativas de outros países, mas criadas legal ou ilegalmente como pet. Soltá-las na natureza também é um risco ao meio ambiente”, completa.