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Estado de Minas MOMENTOS DE FÉ

Igrejas de Belo Horizonte mantêm a tradição no dia de São Francisco

Dia do santo protetor da natureza teve até cavalo no santuário da Pampulha


04/10/2022 19:52 - atualizado 04/10/2022 23:19
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A estudante de veterinária e amazona Samira Lobo, de 20 anos, moradora do Bairro Xangrilá, na Região da Pampulha
A estudante de veterinária e amazona Samira Lobo, de 20 anos, moradora do Bairro Xangrilá, na Região da Pampulha (foto: Túlio Santos/EM D.A Press)
Um dia especial para saudar São Francisco de Assis, o santo protetor da natureza e dos animais. Depois da pandemia, a tradicional bênção de cães, gatos, coelhos, pássaros e outros bichos, incluindo até um cavalo, se fortalece nas igrejas e capelas católicas, numa movimentação que traduz o carinho aos pets.

No início da noite desta terça-feira (4/10), dezenas de pessoas levaram seus bichos de estimação para manter a tradição no Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis, mais conhecido como Igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte. O tema deste ano é "Viver a comunhão, a fraternidade e a solidariedade”.

Na celebração da missa, o padre Ednei Almeida Costa lembrou que o templo comemora um ano como santuário arquidiocesano e não impõe mais restrições sanitárias. "Esta data reúne a dimensão espiritual de São Francisco de Assis e o cuidado com a 'casa comum', que é a natureza, ainda mais em meio a um jardim tão bonito como o da Pampulha", afirmou padre Ednei. Ele destacou ainda a memória de Juscelino Kubitschek, o JK (1900-1976), que teria completado 120 anos em 12 de setembro. Foi na administração de JK como prefeito de BH, na década de 1940, antes de ele ser governador de Minas e presidente da República, que o Conjunto Moderno da Pampulha foi edificado.

A estudante de veterinária e amazona Samira Lobo, de 20 anos, moradora do Bairro Xangrilá, na Região da Pampulha, tem muitos animais em casa, incluindo cães, gatos e galinhas, mas resolveu levar, pela primeira vez, para a bênção, o seu cavalo Kamikaze, que fica no Haras Paraíso.

Ao lado de Samira, estava a tia dela, Eliane dos Santos, que comentou, sorrindo, que o cavalo até abaixou a cabeça na hora de receber a água benta.

Carregando os cãezinhos Lion, de 12 anos, e Jolie, de quase 14, a funcionária pública federal Francis Martins, moradora do Bairro Caiçara, contou que foi batizada com esse nome em homenagem a São Francisco de Assis. "Minha mãe era devota de São Francisco. Desde criança, tenho paixão pelos animais e trouxe os dois aqui, pois os bichos também precisam de proteção", afirmou.

Água benta

As bênçãos dos animais, na capital, começaram na parte da manhã, na Capela Santo Antônio, ao lado do Colégio Santo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Aspergindo água benta, estava o frei Adilson Corrêa da Silva, da Ordem dos Frades Menores. A bênção se repetiu às 17h30.

Já à tarde, os bichos tiveram seu momento especial na Paróquia São Francisco das Chagas, no Bairro Carlos Prates, na Regional Noroeste.

Meio ambiente 

Crianças, jovens e idosos amparados pelas ações sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte participaram, nesta terça-feira, de uma iniciativa socioambiental, em homenagem a São Francisco de Assis. A programação ocorreu na Casa de Francisco, instituição da Arquidiocese que promove atividades de educação ambiental. 

Os grupos foram recebidos pelo padre Júlio Amaral, que conduziu momento de oração. Em seguida, foram declamadas poesias e entoados cânticos com a temática ambiental.  A Arquidiocese de Belo Horizonte ampara 1,8 mil crianças no Projeto Providência, com sedes em vilas e favelas. 

Já as idosas residem na Casa Santa Zita, dedicada a mulheres pobres sem vínculos familiares.

Vida do santo

São Francisco nasceu em Assis, Itália, em 1182, sendo filho de um próspero comerciante. Ao completar 16 anos, foi chamado para defender o Pontificado dos germanos, mas, durante a batalha, sentiu que deveria regressar a Assis.

Comovido pelo sofrimento alheio, o jovem Francisco começou a pegar os bens de seu pai para oferecê-los às igrejas necessitadas, porém, sua generosidade foi logo castigada, uma vez que seu pai o levou a juízo. Francisco, então, devolveu os bens, despojou-se de suas vestes e abandonou a casa paterna. Reconstruiu igrejas pobres e iniciou sua tarefa de evangelizar. Em 1208, uma voz lhe recitou uma máxima do evangelho que aconselhava uma vida austera. Francisco compreendeu, então, seu destino e atraiu um grupo de missionários.

Em 1209, peregrinou até Roma com seus irmãos para pedir aprovação da Irmandade. O papa aceitou verbalmente uma regra segundo a qual Francisco e seus discípulos se guiariam nos primeiros anos de existência. Assim fundou-se a primeira ordem franciscana, a Ordem dos Frades Menores. A segunda ordem nasceu em 1212 da iniciação de Santa Clara, que acolheu a regra dos Irmãos Menores e fundar a Ordem das Clarissas. Passado um tempo, São Francisco abandonou Assis para pregar no Oriente. Ao regressar, escrever uma regra que acolhe os seculares que desejavam praticar a pobreza. Dessa maneira, surgiu a terceira ordem franciscana: a Ordem Secular.

A partir de 1224, Francisco instalou-se no Monte Alverne para jejuar e orar na solidão. Nesse local, experimentou êxtases e estigmas da Paixão, e, como as feridas não cicatrizavam, seus irmãos o levaram à Porciúncula (pequena igreja fora de Assis) onde faleceu na noite de 3 para 4 de outubro de 1226.  


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