Muitas pessoas foram pegas de surpresa na manhã desta quarta-feira (5/10) com a greve total do metrô de Belo Horizonte. Ao chegarem na estação, se depararam com as portas fechadas e o aviso de paralisação de 100% do funcionamento por 48 horas.
Verônica Sabrina, de 32 anos, normalmente pega o metrô na Estação São Gabriel e vai até o bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul. Ela trabalha às 8 horas da manhã como consultora. Hoje, só conseguiu chegar no serviço às 8h45.
"Eu não sabia dessa greve. Acabei descobrindo quando já estava indo para a plataforma do metrô. Resolvi pegar o Move porque essa era opção. Excesso de lotação, a fila estava enorme. Isso acaba atrapalhando tudo”.
Para voltar para casa, Verônica prevê o mesmo problema. “Enfrentar o Move de novo com excesso de lotação e longas filas. Sem hora para chegar em casa, o que acaba afetando a rotina toda”.
O eletricista Paulo Henrique Ávila, de 37 anos, sai de Santa Luzia, na Grande BH, e vai para a região hospitalar na metade da semana e, na outra, vai para o bairro Camargos, na Região Oeste. Normalmente, ele demora meia hora para chegar no trabalho. Hoje, o trajeto durou mais de uma hora e meia.
“Por causa da lotação dos ônibus, tive que esperar três conduções antes de embarcar. Duas no Move Metropolitano e uma no Move da BHBus. Ou seja, me atrasei. Pego o serviço às 8h da manhã. Cheguei só às 9h30”.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que tem um plano de reforço das linhas do transporte coletivo municipal que atendem as estações Vilarinho e São Gabriel.
“A BHTrans realiza o acompanhamento, inclusive pelo COP-BH, e as viagens extras são disponibilizadas de acordo com a demanda”.
Para garantir o atendimento dos usuários do transporte público da capital, a PBH enviou um ofício às concessionárias de ônibus alertando sobre a situação e a necessidade de complemento nas linhas.
Greve
As estações de metrô de Belo Horizonte amanheceram fechadas na manhã desta quarta-feira (5/10). No início da semana, o Sindicato dos Metroviários (Sindimetro) anunciou a paralisação total hoje e amanhã. A categoria reivindica garantias aos trabalhadores com a privatização do metrô da capital, previsto para o fim deste ano.
Ontem, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) obteve decisão favorável ao pedido de aumento da multa diária de R$ 35 mil para R$ 70 mil em caso de desobediência à ordem de escala mínima de 60%.
Mesmo depois de voltar a funcionar com a oferta de 100% dos trens nos últimos três dias, incluindo o domingo de eleição (2/10), o Sindimetro confirmou a paralisação total.
Uma nova assembleia para discutir os rumos do movimento está marcada para quinta-feira, às 17h30, na Estação Central. A majoração da multa será levada para a categoria.