Por Leonardo Godim
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Billy tinha sido baleado, e um dos tiros ou mais atingiram sua cabeça. Segundo os veterinários, ele estava desidratado, desnutrido, com uma forte infecção no local da ferida e febre alta. Ao fazer um raio X do seu rosto, foram identificados 14 estilhaços ou projéteis.
Desde então, o cãozinho segue internado. Ele não pode ser operado para retirada dos projéteis porque está anêmico. Ele foi diagnosticado com erliquiose, babesiose e leishmaniose. O quadro é delicado, e exige cuidados constantes.
Billy será colocado para adoção responsável assim que se recuperar totalmente.
Abandono e violência
Alessandra ficou sabendo que Billy tinha uma tutora, que foi embora do bairro e o abandonou. Desde então, ele vivia com os cachorros de rua.
O cãozinho não foi o primeiro a ser baleado na região, segundo moradores. Outros dois cachorros já foram atingidos por disparos de arma de fogo, e morreram. Há um homem apontado como possível suspeito, e seus dados foram entregues à polícia. Sua identidade está em sigilo por recomendação das autoridades.
A violência contra animais é crime pela Constituição Federal e pela Lei Federal de Crimes Ambientais. Praticada contra cães e gatos, a pena é de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. A pena pode aumentar de um sexto a um terço caso o animal venha a óbito.
Crueldade
O caso de Billy ganhou repercussão com a campanha Amor de Billy, organizada por Alessandra. Além de arrecadar valores para o tratamento do cãozinho, o objetivo da campanha é conscientizar as pessoas sobre a necessidade de políticas de proteção aos animais.
Quem deseja doar pode procurar Alessandra pelo Instagram (@amor.de.billy).
“O sofrimento de Billy não pode ser esquecido. É preciso indignação, e que o caso dele se torne paradigmático no combate à violência contra os animais. A campanha @amor.de.billy surge com esse intuito. Esperamos que a campanha cresça e sensibilize o maior número de pessoas. Não é possível fechar os olhos para tanta crueldade contra os animais, como as que temos visto diariamente. Cabe a todos nós cobrar e exigir das autoridades que isso seja rigorosamente punido, que políticas públicas sejam de fato implementadas e que existam movimentos de conscientização e proteção animal. Em especial, eu espero contar com apoio de todos para que o responsável seja devidamente punido. Não podemos permitir que seja mais um crime contra um cão que ficará impune!”, desabafou Alessandra.