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Estado de Minas SITUAÇÃO CRÍTICA

Escassez de remédios ameaça tratamento de pacientes com câncer em Minas

Hospital da Centro-Oeste, em Divinópolis, que atende 54 municípios, está sem estoque de alguns fármacos fornecidos pela rede pública


07/10/2022 19:41 - atualizado 07/10/2022 20:43

Complexo de Saúde São João de Deus
O hospital é referência para 54 cidades do Centro-Oeste (foto: Divulgação/CSSJD)

Amanda Quintiliano especial para o EM
 
“A falta do medicamento pode fazer com que minha doença volte de forma mais agressiva”. O relato que mescla medo e angústia é de Thainara de Oliveira Ferreira, de 30 anos. Na luta contra o câncer há 11 anos, o tratamento dela corre o risco de ser comprometido, devido à indisponibilidade do remédio no estoque da rede pública.

A falta de medicamentos oncológicos afeta o principal hospital referência do Centro-Oeste de Minas. A “situação crítica” foi explicitada essa semana pelo Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD). A unidade, que fica em Divinópolis, atende 54 municípios.

Diagnosticada há 11 anos com Leucemia Mieloide Crônica (LMC), Thainara faz uso do Dasatinibe 20 mg. 

“Estou bem apreensiva, pois o medicamento é essencial para o tratamento, tenho costume de comparar meu tratamento com o de pressão. Quando se deixa de tomar o medicamento de pressão volta a subir. No meu caso, os leucócitos voltam a ser produzidos em excesso”, relata.

Os últimos comprimidos da paciente terminam na próxima segunda-feira (10/10). “A falta do medicamento pode fazer com que minha doença volte de forma mais agressiva, pois hoje minha leucemia, com o tratamento, tem excelente resposta”, afirma. Sem certezas sobre a reposição do estoque, ela tem vivido os últimos dias com um sentimento: medo.

“Fico com muito medo, pois já são 11 anos que estou na luta contra o câncer e, dependendo do tempo que ficarmos sem esse medicamento, posso jogar fora esses 11 anos e ter que começar tudo do zero”, conta.
 
Thainara
Thainara faz tratamento há 11 anos contra leucemia (foto: Arquivo pessoal)

Em falta


Os medicamentos em falta são fornecidos pelo governo do Estado, segundo o CSSJD. A última solicitação, segundo a unidade, foi feita no dia 12 de setembro, referente ao Sasatinibe 100 mg. Foi solicitada a quantia de 390 comprimidos, que seria suficiente para atender 12 pacientes durante todo o mês.

Entretanto, foram disponibilizados à unidade apenas 60 comprimidos, possibilitando o atendimento de pacientes por cinco dias.

Já o medicamento Dasatinibe 20mg, foram solicitados 240 comprimidos para atender dois pacientes em outubro.
 
"Todavia, não nos foi repassada nenhuma quantidade do referido medicamento, comprometendo assim o tratamento dos pacientes que o utilizam", alertou o hospital.

A unidade ainda informa que "busca constante para a solução deste problema" e reconhece se tratar de um problema nacional, "afetando muitas outras instituições que já passam dificuldade na obtenção destes medicamentos pelo Estado, por meio do Ministério da Saúde".

Estado


A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que os medicamentos possuem aquisição centralizada pelo Ministério da Saúde. 

“Os estados auxiliam na logística de distribuição do item aos hospitais credenciados”, esclareceu.

Na distribuição realizada em setembro, o medicamento Dasatinibe 20 mg foi repassado para atendimento integral das solicitações dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).

A reportagem entrou em contato com Ministério da Saúde nessa quinta-feira (6/10). A assessoria de imprensa do órgão pediu 24 horas para os devidos esclarecimento, porém não retornou até o fechamento desta matéria, nesta sexta-feira (7/10).


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